Imagem: Kleyton Amorim/UOL
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“O PCdoB tem uma relação muito próxima com o PSB, a nossa presidente nacional é vice-governadora de Pernambuco com o PSB, temos aliança em Recife. Desde o berço temos essa aliança. Diálogo é muito bom para o país. Eu era muito amigo do Eduardo Campos. Mas nunca uma coisa unilateral minha de sair do PCdoB para ser candidato a presidente pelo PSB, isso jamais. Mas uma aproximação, uma aliança, quem sabe uma incorporação, é um caminho”, disse o governador maranhense.
Dino afirmou que o cenário partidário deve mudar por causa das novas regras, como cláusula de barreira e fim das coligações proporcionais, após as eleições municipais de 2020.
“Temos que esperar o próximo ano, que é uma redefinição partidária no país. Nós vamos ter um redesenho inevitável tendo em vista que as novas regras de cláusula de barreira e fim das coligações proporcionais levarão a muitas fusões. Não agora, porque cada partido vai enfrentar com sua tática eleitoral”, disse.
O governador citou como exemplo uma fusão recente na qual o PCdoB incorporou outra legenda menor de esquerda, o PPL. “É uma tendência do sistema partidário. Nós temos 30 partidos, vamos cair para 10, 12, mais ou menos, no próximo ano. Vão haver muitas incorporações, fusões, tanto na esquerda quanto na direita. Não que o PCdoB vá deixar de existir. Mas, como legenda eleitoral, você pode ter as chamadas federações partidárias, como nós fizemos na prática essa federação PCdoB-PPL”, afirmou Dino.
Dino vê “ausência de Bolsonaro” positiva para o país
Questionado pela CNN Brasil sobre um cenário recente de “calmaria” política com menos crises e declarações polêmicas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Flávio Dino afirmou que as últimas semanas mostraram que a ausência de Bolsonaro é “positiva” para o Brasil.”
“Eu acho que nos últimos dias, as condições institucionais do país melhoraram. Ou seja, temos uma situação em que a ausência do presidente da República é bem-vinda, o que vai em negação quase conceitual da noção de presidencialista. Quanto mais ausente ele está, melhor para o país. Mas não acredito que isso se perenize, uma vez que eu conheço o Bolsonaro, e o estilo dele é muito singular, eu diria”, disse Dino.
O governador ainda acrescentou que a postura de Bolsonaro varia de acordo com o noticiário das ações judiciais que têm como alvos pessoas próximas ao presidente.
“Temos problemas que o cercam, e cercam seus amigos, familiares, e ele deseja estancar decisões judiciais, temos agora esta decisão judicial sobre o Queiroz e sua esposa. A atitude pessoal dele depende muito dessas ações. Como eu não acredito que haverá uma operação ‘pizza’, uma operação ‘abafa’, creio que muito em breve teremos uma tensão institucional derivada do fato de o presidente não aceitar controles institucionais”, disse.
Dino também afirmou que as recentes reações de militares a críticas por causa da atuação em setores políticos demonstram um cenário difícil para o país.
“Nós temos visto isso com o tema dos militares, eles reagem mal a uma crítica, como se eles fossem intocáveis. Qual institucional humana é intocável? A não ser que eles se vinculassem estritamente àquilo que está na Constituição, ou seja, cuidar da defesa externa do país. No momento em que eles querem exercer funções políticas, têm que se submeter a uma discussão política inclusive para ser criticados. Se eles não quiserem ser criticados, não assumam função pública. Então, como eles reagem mal até a uma crítica, eu fico pouco esperançoso que esse amainar do ambiente se estenda”, concluiu. As informações são do UOL.
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