Até a oposição ao governo de Jair Bolsonaro se deu muito bem na liberação de verba extra — sem critérios claros — do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). O Antagonista tem divulgado os dados com exclusividade desde ontem.
Às vésperas do Natal e do Ano Novo de 2019, um grupo seleto de parlamentares arrancou do Executivo um total de R$ 3,8 bilhões em créditos suplementares enviados para a pasta então comandada por Gustavo Canuto, que perdeu o cargo no início deste mês, justamente em razão desse episódio.
Alocado em PLNs e aprovado numa série de rápidas votações, esse dinheiro já saiu do MDR carimbado por caciques partidários em convênios direcionados a atender interesses paroquiais, como revitalização de praças, pavimentação de ruas e construção de pontes.
No Maranhão, foram empenhados R$ 292,9 milhões, por meio de 46 convênios, a maior parte deles assinada nos dias 30 e 31 de dezembro.
O Antagonista apurou que quem indicou o destino desses recursos foi o senador da oposição, Weverton Rocha, do PDT, aliado do governador Flávio Dino (PC do B), que critica o governo federal em seu estado, mas, em Brasília, se aproveita de aliados para ter acesso aos cofres da União.
Em recente reunião de líderes no Senado, Weverton chegou a xingar Bolsonaro. Mas acabou sendo privilegiado nos empenhos do MDR — os outros dois senadores do estado, Roberto Rocha (PSDB) e Liziane Gama (Cidadania), negam que tenham participado da liberação desses recursos.
Weverton não é considerado do núcleo duro de Davi Alcolumbre, mas se valeu da dobradinha no Maranhão entre seu partido e o DEM do presidente do Senado. Nas eleições de outubro deste ano, as duas legendas tendem a caminhar juntas na capital São Luís, apoiando o deputado estadual do DEM Neto Evangelista, que foi secretário do Desenvolvimento Social de Dino.
Todas as mais de 20 cidades contempladas com verba extra do MDR no Maranhão têm como prefeitos aliados do atual governador comunista.
Vargem Grande, comandada por Carlinhos Barros (PC do B), receberá R$ 15,7 milhões para “reforma e adaptação de centros de convivência”, “pavimentação asfáltica” e “adequação de estradas vicinais”. Carlinhos é candidato à reeleição na cidade de cerca de 55 mil habitantes.
Weverton não respondeu aos questionamentos da reportagem.
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