“Eu sou mais artesão do que Antônio” o discurso emocionado do Antônio Lobato Melo, 73 anos, que trabalha com material reciclado demonstra a importância do artesanato na vida de milhares de maranhenses. “Aprendi técnicas observando meu pai que trabalhava com madeira e couro, eu resolvi trabalhar com reciclados para ajudar nosso planeta. Eu amo o que faço e não saberia viver sem produzir meus artesanatos”, afirma o artesão que prestigiou sua esposa Lourença Araújo no recebimento da carteira nacional de artesão durante as comemorações dos 30 anos do Ceprama.
Durante o mês de outubro, o Centro de Comercialização de Produtos Artesanais do Maranhão (CEPRAMA) contou com vasta programação como qualificação para artesãos e guias de turismo, entrega de carteiras formais aos artesãos de São Luís e apresentações artísticas do bloco Tremendões e Companhia Barrica.
Segundo o secretário de Estado do Turismo, Catulé Júnior, o artesanato é uma importante ferramenta de promoção do Maranhão e de geração de renda. “A orientação do governador é que a gente fomente cada vez mais essa importante atividade econômica, que é o artesanato, para que a história do Maranhão, para que a história do povo maranhense, seja contada e reproduzida em forma de artesanato do Maranhão para o mundo”, afirmou o gestor da Setur que abriga em sua parte a gestão do Ceprama.
Conhecido como a vitrine do artesanato maranhense, o Ceprama atrai turistas de várias partes do mundo durante o ano inteiro, em busca da riqueza e diversidade das peças encontradas no local. No centro é possível encontrar produtos de todas as regiões do Estado, as peças dos 38 artesãos representam diversas tipologias como a renda de bilro. A artesã, Maria Celeste Souza, trabalha com renda de bilro no Ceprama, informou que é do centro de artesanato que ela tira seu sustento. “Daqui eu faço minhas peças, vendo e tiro o meu sustento, e sem o Ceprama pra mim, não existe nada”, afirma a artesão.
Entre as matérias-primas expostas estão artigos como cerâmica, azulejos, madeira, algodão, couro, madeira, argila, reciclados, sementes e até fibras de plantas, abrangendo todo o artesanato que a criatividade nordestina pode realizar. A mais comum é a palha do buriti, de onde se extrai uma fibra versátil e resistente que dá origem a dezenas de peças comercializadas no centro de artesanato.
O Ceprama funciona em um casarão de aproximadamente 3 mil m², nas antigas instalações da Companhia de Fiação e Tecelagem de Cânhamo. O local serve ainda de palco para apresentações artísticas e eventos.
“O Ceprama tem como iniciativa fomentar e incentivar a relação direta entre o artesão e seu público consumidor. E dessa forma, ser importante instrumento de divulgação, fortalecendo a cadeia produtiva do artesanato do Estado”, explica Domingos Jorge Junior, Diretor do Ceprama.
O Centro de Artesanato tornou-se referência no apoio e escoamento da produção de artesanato de artesãos de dezenas de municípios do estado. Além de abrigar também o único ponto de apoio do Programa de Artesanato Brasileiro no estado, onde é possível solicitar a Carteira Nacional do Artesão. A SETUR já realizou aproximadamente 1.300 cadastros.
Carteira Nacional do Artesão
O Ceprama abriga a superintendência de artesanato do Maranhão que também auxilia as políticas do Programa do Artesanato Brasileiro – PAB. O objetivo é promover o desenvolvimento integrado do setor artesanal e valorizar o artesão, elevando seu nível cultural, profissional, social e econômico.
A Carteira Nacional do Artesão é um importante instrumento que permite o acesso dos trabalhadores artesãos a cursos de capacitação, feiras e eventos apoiados pelo PAB. A carteira é gratuita e emitida após o registro no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (SICAB).
Para confirmação do registro, o artesão passará por uma prova de habilidades técnicas, sob responsabilidade da superintendência ligada a SETUR. O artesão interessado em saber mais informações pode se dirigir ao Ceprama, localizado na Madre Deus, no turno matutino.
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