De acordo com Inpe e Imesc, entre os municípios com maior quantitativo de queimadas no segundo trimestre de 2019 no Maranhão, cinco possuem em seu território áreas protegidas reconhecidas como unidades de conservação (UC) e terras indígenas
As queimadas são um motivo de preocupação, nesta época do ano, no Brasil. Quando fogem do controle provocam grandes incêndios florestais, além de outras consequências graves para o meio ambiente, como empobrecimento do solo, destruição de redes de eletricidade e cercas, acidentes rodoviários, causando prejuízos aos produtores rurais, ao meio ambiente e à saúde humana.
Essa tragédia ambiental aumentou 82% em relação ao ano de 2018. Em comparação com o mesmo período de janeiro a agosto – foram 71.497 focos neste ano, contra 39.194 no ano passado.
Os dados são do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), gerados com base em imagens de satélite. Os estados mais afetados com as queimadas até agora são Mato Grosso (14.974 focos de queimadas), Pará (10.281), Amazonas (7.406), Rondônia (6.295), Tocantins (6.036) e Maranhão (5.036).
Como podem observar, o estado do Maranhão ocupa atualmente o sexto lugar no Brasil, segundo o Inpe, em focos de incêndio. No mês de agosto foram registrados, até o dia 23, 2.164 focos. Somente no dia 23 foram 146 focos, deixando o estado em 4º lugar nesse dia no Brasil e o primeiro no Nordeste.
O relatório diário do Inep coaduna com o divulgado pelo Imesc (Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos). No segundo trimestre de 2019, dentre os estados nordestinos, o Maranhão ocupa o primeiro no ranking seguido pelos estados da Bahia e Piauí.
Segundo o órgão, também no segundo trimestre de 2019, no Brasil o Maranhão fica atrás apenas dos estados do Mato Grosso, Roraima e Tocantins. No estado, de janeiro a maio deste ano ocorreram 2.159 focos de queimadas e somente no mês de junho, quase o dobro disso, 4.166. Em junho do ano passado foram 2.667 focos de queimada. Por outro lado, de março a maio deste ano houve redução em relação ao ano passado. Em maio de 2018 foram 2.758 focos, já no mesmo período este ano foram registrados 898. “Em 2019, o período chuvoso se prolongou até meados de julho, mantendo as condições de umidade e temperatura favorável na redução de focos de queimadas, durante três meses do semestre”, disse o Instituto.
Pela evolução anual dos últimos 3 anos, as queimadas no Maranhão tem ocorrido com frequência, deixando o estado sempre entre os primeiros lugares com maior incidência.
Em 2016 foram registrados 265.211 focos; em 2017 o ano fechou com 438.908 focos de queimadas e em 2018 foram 201.924, representando uma diminuição de 53%.
Em nota, a Secretaria de Estado de Meio ambiente e Recursos Naturais (Sema) informou que faz monitoramento frequente dos focos de queimadas no estado. Dentre as ações preventivas desenvolvidas pela Secretaria estão as palestras educativas e as parcerias com as Secretarias Municipais de Meio Ambiente e Agricultura, Ibama e Corpo de Bombeiros, visando combate às práticas de uso de fogo.
Já o Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc) destaca que algumas ações têm sido intensificadas na prevenção e controle das queimadas no Estado, das quais, o processo de queimadas controladas em áreas focais e em áreas onde há um risco maior.
Em 2018 o Pará (294.407), Mato Grosso (287.330) e Maranhão (201.924) ocuparam os primeiros lugares do ranking de focos de queimada.
Aumento em áreas de proteção
De acordo com Inpe e Imesc, entre os municípios com maior quantitativo de queimadas no segundo trimestre de 2019 no Maranhão, cinco possuem em seu território áreas protegidas reconhecidas como unidades de conservação (UC) e terras indígenas. Nas Unidades de Conservação, foram contabilizados 1.617 focos que, em relação a 2018, teve um aumento de 282 registros, já nas Terras Indígenas o total de focos foi 1.394, com aumento em relação a 2018, de 947 registros.
Dentre as unidades de conservação estadual com maior quantitativo de focos identificados estão: Parque Estadual do Mirador, com 875 focos, e a Reserva de Recursos Naturais das Nascentes do Rio das Balsas, com 615. Inclusive, nessa reserva, somente no dia 23, haviam 5 focos.
Do quantitativo de focos nas terras indígenas: Porquinhos dos Kanela Apãnjekra, Porquinhos e Kanela, localizados nos municípios de Barra do Corda, Fernando Falcão e Formosa da Serra Negra, tiveram um total de 1.140 focos. Já nas terras indígenas de Kanela Memortumé e Governador localizadas, respectivamente, nos municípios de Amarante e Imperatriz, o total de focos registrados foi 171. Dessa forma, do total de focos de queimadas que ocorreram nesse período no Maranhão, 42% foram em “áreas protegidas”.
Um dos pontos principais apresentados pelo relatório do IMESC foca na diminuição de 26,78% de focos de queimadas em 2019 em relação ao mesmo período do ano anterior – ou seja, entre abril e junho de 2018.
Consequências
O Maranhão possui fatores que contribuem para o surgimento de focos de incêndios, com as condições naturais do clima, solo e vegetação favoráveis para queimadas, principalmente nos municípios de clima mais seco, permanecendo sempre entre os primeiros lugares no ranking de focos de incêndio.
Dentre os efeitos das queimadas, em um contexto local, há destruição da fauna e da flora, o empobrecimento do solo, a redução na penetração de água no subsolo e, em alguns casos, mortes, acidentes e perda de propriedades.
Já no âmbito regional, causam poluição atmosférica e alteram ou destroem ecossistemas. Além de estarem associadas com modificações da composição química da atmosfera, e mesmo do clima do planeta. (O Imparcial)
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