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sexta-feira, 14 de abril de 2017

Lava Jato: Flávio Dino tratou de caixa 2 dentro do gabinete na Câmara dos Deputados, diz delator

Ex-funcionário da Odebrecht detalhou pagamento de R$ 200 mil à campanha de Flávio Dino em 2010, em troca do apoio do então deputado federal a projeto de interesse da empreiteira
O Estado - O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), tratou do recebimento de recursos de caixa 2 para a campanha ao Governo do Estado de 2010 dentro do seu gabinete na Câmara dos Deputados. A revelação foi feita pelo delator José de Carvalho Filho.

Em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato, o ex-funcionário da Odebrecht detalhou o pagamento de R$ 200 mil à campanha de Flávio Dino em 2010, em troca do apoio do comunista, então deputado federal, ao Projeto de Lei nº 2.279/2007, de interesse da empreiteira, na Câmara dos Deputados. Outros R$ 200 mil foram pagos na campanha de 2014, segundo ele, de forma oficial.

A proposta, então em tramitação na Câmara, garantiria segurança jurídica a investimentos da construtora em Cuba, em virtude do embargo econômico dos Estados Unidos às ilha comunista.

Aos 4m 45 segundos do depoimento, um dos investigadores pergunta a José Filho se ele entregou ao então parlamentar a senha de acesso ao Drousys ­ sistema de informática paralelo da Odebrecht, de acesso restrito, para pagamento e controle de propinas – no gabinete. “Pessoalmente a ele”, confirmar o delator.

No depoimento, o ex-executivo também revelou que Flávio Dino foi o responsável por indicar um colega de partido, o deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), para substituí-lo como relator da matéria.

O maranhense foi relator da proposta do dia 1º de abril de 2008 até o segundo semestre do ano de 2010, quando tornou-se candidato a governador pela primeira vez no Maranhão. Ele perdeu a eleição e, consequentemente, deixou o mandato de deputado federal meses depois.

Antes de sair do cargo na Câmara, no entanto, assumiu o compromisso, de acordo com José de Carvalho Filho, de garantir que Chico Lopes fosse designado como seu substituto.

“Ele [Flávio Dino], comprometido com o projeto [...] indicou um outro deputado do seu partido para dar continuidade ao projeto: Chico Lopes, do PCdoB”, destacou o delator.

Essa revelação também consta do documento encaminhado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e por meio do qual se pede a abertura de inquérito contra o maranhense.

“[O colaborador] registra, ainda, que no decorrer do pleito eleitoral para governador do Estado do Maranhão em 2010, Flávio Dino se comprometeu com a continuidade do PL 2279/2007 e, para tanto, indicaria o Deputado Chico Lopes para assumir seu lugar da relatoria”, relatou Janot.

Em sua delação, José de Carvalho Filho fez ainda outra revelação sobre o caso: disse ele “que Flávio Dino não questionou a modalidade de pagamento”, por meio de caixa 2.

“[Flávio Dino] Não fez qualquer questionamento, ou condicionamento [ao pagamento ‘por fora’]”, destacou.

MAIS

Segundo delação de José de Carvalho Filho enquanto relatava a o projeto de lei de interesse da Odebrecht, o governador Flávio Dino chegou a acatar sugestões de funcionários da empresa “para aprimorar o projeto”.

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