Constatação
foi feita pela Justiça Eleitoral, após cruzamento de dados com o CadÚnico do
programa do governo federal. Até o momento, assessoria do prefeito não se
manifestou.
O atual prefeito da cidade de Timon e reeleito nas
eleições deste ano, Luciano Leitoa (PSB), recebeu doação de R$ 1.064,00 de um
servidor lotado por ele em seu gabinete desde 2015 (como assessor especial),
identificado por Francisco das Chagas Sousa Lima. A constatação foi feita pela
Justiça Eleitoral em depoimento concedido pelo próprio doador no dia 21 do mês
passado. O Estado obteve documentos que comprovam o teor do depoimento.
Ainda de acordo com a Justiça – após cruzamento de dados
com o CadÚnico – o servidor-doador seria ainda beneficiário do Bolsa-Família,
mesmo tendo vínculo comprovado com a prefeitura timonense. O servidor admitiu,
ainda durante o depoimento, que mesmo beneficiário de um programa social,
recebe “a quantia líquida de dois mil, seiscentos e doze reais e cinquenta e
cinco centavos [R$ 2.612,55]”.
Apesar da suspeita e da ligação administrativa com
Luciano Leitoa, o servidor informou também que fez a doação “por vontade
própria” e admitiu “ter afinidade com as propostas do candidato”. Segundo o servidor,
a doação é oriunda apenas de “economias realizadas” por ele.
Em nota, a assessoria de Luciano Leitoa informou que
“todas as doações recebidas respeitaram os critérios legais destacados na
Resolução nº 23.463, de 2015. Segundo a assessoria, as “doações foram feitas de
forma espontânea”. Por fim, a assessoria informou também que a “prestação de
contas preza pela transparência e segue os prazos determinados pela Justiça
Eleitoral”.
Relembre
Esta não é a primeira vez que o nome de Luciano Leitoa
é ligado a possíveis irregularidades com servidores de sua gestão e que seriam
beneficiários indevidamente pelo programa Bolsa Família. Em dezembro do ano
passado, O Estado publicou que uma servidora lotada na prefeitura de Timon, identificada
por Márcia Araújo da Silva, estaria recebendo indevidamente valores oriundos do
Bolsa Família.
Segundo balancete divulgado pelo Portal da
Transparência, a servidora recebeu, em dois anos, valores mensais e cujos
saques começaram a ser feitos no dia 27 de setembro de 2013. Em 2008, a cidade
de Timon foi destaque negativo nacional pela denúncia de recebimento indevido
do Bolsa Família por parte da candidata, à época ao cargo de vereadora na
cidade de Timon, Gislene Alcântara Magalhães e Silva. Até o ano passado,
Gislene Alcântara estava lotada no gabinete do prefeito, Luciano Leitoa, no
cargo de “assessora do Prefeito”.
Apurações
O Tribunal de Contas da União (TCU) suspeita de 259
mil casos no país de doações supostamente irregulares a candidatos durante as
eleições deste ano. De acordo com a entidade, R$ 1,4 bilhão em doações pode ter
sido repassado de forma ilegal. Os casos são apurados pelo Ministério Público Eleitoral
(MPE). Até o momento, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não divulgou os nomes
dos doadores. (O Estado)
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