PSD tirou apoio e assinatura do DEM não é reconhecida pela Secretaria Geral da Mesa
Em mais um sinal de apoio à manutenção do deputado Waldir Maranhão (PP-MA) como presidente interino da Câmara, o PSD — um dos partidos que integra o “centrão” — retirou o apoio à representação contra ele no Conselho de Ética da Casa. No último dia 9, o PSD e o DEM representaram contra ele no conselho, pedindo a cassação do seu mandato em razão do ato que assinou anulando a votação do impeachment na Casa. Até esta sexta-feira o documento não tinha sido enviado ao órgão, e a Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Casa disse que há um problema em relação à assinatura dos representantes do DEM. Por isso, a representação será arquivada pela Casa.
O “centrão” articulou com Maranhão que ele continuará interino, mas dentro de uma solução de "gestão compartilhada" da Casa: Maranhão fica com o título de interino, mas quem preside as sessões são outros integrantes da Mesa Diretora. Na última quarta-feira quem presidiu foi o segundo vice-presidente, Fernando Giacobo (PR-PR).
Pelo PSD, tinha assinado a representação o presidente licenciado da legenda, ministro Gilberto Kassab. De acordo com o presidente em exercício do PSD, Guilherme Campos, a saída do partido da representação se deu em atendimento a um pedido do líder da legenda, Rogério Rosso (DF). Ele explica que, como o próprio Maranhão revogou o ato de suspensão do impeachment no mesmo dia e aceitou não conduzir as sessões plenárias da Câmara, o partido retirou o apoio.
- Ninguém mais do que nós nos sentimos feridos com aquela equivocada é revoltante decisão, mas ele revogou o ato, pediu desculpas e aceitou se afastar da condução dos trabalhos no plenário. Muitos técnicos e juristas entendem que o objeto da ação pode ter sido prejudicado. Nós entendemos que a Câmara precisa de estabilidade e normalidade para votar as matérias que serão enviadas em breve pelo presidente Temer e as demais já em tramitação na Câmara - disse Rosso acrescentando:
- Preferimos aguardar os próximos dias para ver se a estabilidade pretendida se confirma. Caso contrário, o partido ingressará com uma ação própria contra Maranhão, porém, em outros termos, argumentos e dispositivos constitucionais e legais.
No caso do DEM, assinaram o vice-presidente do partido, Mendonça Filho (PE), que é ministro da Educação, e o líder, Pauderney Avelino (AM). Segundo informação da Secretaria-Geral da Mesa, quem tem que assinar a representação é o presidente da legenda, José Agripino Maia (RN). O vice-presidente poderia, desde que apresentasse também uma procuração do presidente. Segundo os assessores, falta apenas a assinatura de Giacobo para que a representação vá para o arquivo.
A representação foi usada pelos partidos como pressão para que Maranhão renunciasse. O presidente interino da Casa anulou o próprio ato na noite de segunda-feira. Dentro de seu partido, também foi aberto um a processo de expulsão, mas muitos deputados acreditam que ele não seguirá adiante. Maranhão resistiu e tem avisado que não renunciará ao posto. A solução encontrada pelo “centrão” foi mantê-lo no cargo, mas como uma espécie de "rainha da Inglaterra". (O Globo)
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