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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Artigo do Marcos Lobo: Os carniceiros dos Cocais

Surgem mais casos de morte na famosa "maternidade da morte".

Quando lembro desse caso dantesco de matança de criança em Caxias vem na memória a figura do “carniceiro dos Bálcãs” (Slobodan Milošević), quiçá o último agente estatal a promover uma carnificina humana no ocidente.

Eis o porquê do título Os Carneiros dos Cocais.

Já cansa de saber de tantos novos casos de crianças que nascem para morrer em Caxias. A indignação já passou do limite.

Ilimitada é a dor das famílias vítimas.

Mais não é só isso, pois existe um detalhe sordidamente desumano. Quando as crianças não são mortas, saem cegas da maternidade.

Há notícias de que o número de crianças mortas na maternidade passa de 200. Cegas, mais de 30 ou mais que isso.

Na minha ignorância, não tenho conhecimento de que, em tempos recentes, na paz ou na guerra, o “carniceiro dos Bálcãs” (Slobodan Milošević), ou a Al Qaeda, ou o Boko Haram tenha matado tantas crianças.

Parece que só o Estado Islâmico foi capaz de tamanha atrocidade.

Em tempos mais remotos, também a partir da minha ignorância, não tenho conhecimento de que algum campo de concentração nazista, russo e/ou outro tenha matado tantas crianças.

Parece que Herodes matou “apenas” 20, os 20 “Santos Inocentes”.

E os 200 ou mais de 200 Mártires de Caxias morreram, morrem e morrerão por quê? Que causa justifica este “infanticídio coletivo”?

A partir da minha ignorância e indignação, cabem apenas indagar:

Alguma autoridade tem algo a declarar ou tomou alguma providência?

Tem como parar essa carnificina de anjos?

E os órgãos públicos (Ministério da Saúde, Secretário de Saúde, Ministério Público Estadual, Procuradoria da República etc.), que providências tomaram?

A polícia já instaurou inquérito para apurar a chacina das crianças de Caxias?

As defensorias públicas estão a processar a União, o Estado do Maranhão e o Município de Caxias para obter indenização para as famílias órfãs de filhos nascidos para morrer para, quiçá, abrandar a dor na alma e no coração dessas famílias dilaceradas?

Em Caxias tem vigência a Constituição da República, o ECA e o Código Penal?

Para parar o morticídio de inocentes será preciso que o chão dos Cocais seja encharcado pelas lágrimas das mães e do sangue das crianças sacrificadas?

Se nada foi feito até agora, será necessário que algum órgão ou tribunal internacional puna o Brasil por esta matança sistemática de crianças?

Será preciso mais quantas crianças mortas ou cegas para que se adote alguma providência?

Por que os ministérios públicos e as polícias não criam uma operação, tão em voga nos últimos tempos, para apurar essa tragédia de extermínio de anjos? Que tal “Operação Salva Anjos”? Por que está operação não requisita todos os prontuários e declarações de morte da maternidade da morte, todas as certidões de óbito das crianças mortas e marca audiências para ouvir as famílias vítimas?

O Brasil tem um déficit no cumprimento das promessas constitucionais. Em Caxias a Constituição da República ainda não chegou.

Como dito, tenho pouco conhecimento acerca das providências adotadas para frear a morte sistemática de crianças nos últimos anos na cidade de Caxias.

Certeza tenho apenas é que esse gente que mata tanta criança “antes de nascer” são insensíveis, incapazes de compaixão. São verdadeiros carniceiros, os carniceiros dos Cocais.

(* Marcos Coutinho Lobo é advogado)

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