Três anos
após a obrigatoriedade da lei, ainda há gestores no Maranhão que não cumpre
integralmente a lei
Há três anos passa a ser obrigatória para
todos os órgãos públicos – incluindo prefeituras, governos estadual e federal –
a divulgação de dados sobre receitas e despesas para mostrar a sociedade de que
foram o dinheiro público estava sendo aplicado. Para tanto, cada órgão deveria
instalar o Portal da Transparência em seus sites específicos.
No Maranhão, no entanto, após esses três
anos ainda existem pelo menos 80 municípios que não disponibilizam para a
sociedade o Portal da Transparência. Desde que se tornou obrigatório, órgão de
controle como Ministério Público Estadual (MP) e Ministério Público de Contas (MPC)
buscam punições de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para os
gestores que não obedecem às novas regras.
De acordo com a diretora de Assuntos
Institucionais da Procuradoria Geral de Justiça, promotora Fabíola Fernandes,
existem ainda os municípios que até disponibilizam o Portal da Transparência,
no entanto, não está em conformidade com o que diz a legislação. Entre os erros
mais comuns está a falta de alimentação de informações sobre gastos e receitas
municipais atualizados.
“Temos mais de 80 municípios sem Portal
da Transparência e ou desacordo da LRF, e estão sendo investigados pelo
Ministério Público. Conforme a Escala Brasil Transparente da CGU [Controladoria
Geral da União], os Municípios estão descumprindo a Lei de Responsabilidade
Fiscal por não disporem a sociedade no Portal da Transparência as receitas e
despesas”, disse a promotora.
Sobre o papel do MPC, a procuradora de
Contas, Flávia Gonzalez Leite, afirmou que houve uma decisão do Tribunal de
Contas do Estado (TCE) que no momento da análise da prestação de contas dos
gestores, é verificado se há Portal da Transparência. Caso não seja identificado,
o tribunal é que toma as medidas cabíveis.
Há cerca de dois anos, o MPC chegou a
entrar com ações pedindo a suspensão de repasses de recursos voluntários a
municípios que não obedeciam a lei do Portal da Transparência. No entanto, não
surtiu o efeito esperado pelos membros do órgão de fiscalização.
“Conseguimos no âmbito do TCE que essas
irregularidades passassem a constar da prestação de contas. Agora, o setor que
analisa as contas anuais, verifica se a lei está sendo cumprida. Infelizmente,
aquelas representações que ajuizamos não surtiram o efeito desejado, no sentido
de obstar novas transferências voluntárias”, disse a procuradora de Contas.
Nos meses de outubro e novembro ainda
deste ano, o Ministério Público estadual iniciará o levantamento sobre o
cumprimento da lei do Portal da Transparência em todo o Maranhão. A ideia é
identificar os que não cumprem a lei e entrar com ações contra os gestores.
“Foi feita a Recomendação pelos
Promotores de Justiça aos gestores da Prefeitura e da Câmara Municipal e em
muitos municípios já interpostas ação civil pública por ato de improbidade e
ação por obrigação de fazer. A recomendação prevê o cumprimento do artigo 48 da
Lei n.º 131/2009, com prazo para os gestores. Diversos municípios foram
acionados pelo MP os demais estão em fase de investigação e análise dos
promotores. A Secretaria Institucional do MP, o Ministério Público de Contas e
a CGU farão a analise de todos os 217 municípios agora nos meses de outubro e
novembro de 2015”, afirmou Fabíola Fernandes. (O Estado)
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