Flávio Dino, Firmino Filho e Wellington Dias fazem pactuação e Maranhão vai pagar pelos serviços médicos de seus pacientes atendidos em Teresina.
Efrém Ribeiro - O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), o prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB); e governador Wellington Dias (PT) fizeram pactuação e Maranhão vai pagar pelos serviços médicos de seus pacientes atendidos na capital e no interior do Piauí.
“A compensação é justa”, definiu o governador Flávio Dino, em entrevista ao Jornal Meio Norte. Ele declarou que pela pactuação, o Governo do Maranhão fará a compensação dos procedimentos médicos de alta complexidade realizados nos hospitais e centros de saúde e de Teresina e do interior do Piauí para pacientes de seis municípios maranhenses da região do Meio Norte.
“Nós fizemos uma pactuação com a Prefeitura de Teresina no que se refere a seis municípios maranhenses. Nós vamos pagar os serviços em Teresina, mediante regulação do SUS (Sistema Único de Saúde). Esse caminho, nós acertamos, já houve esse acordo. Agora, nessa semana, nós estamos iniciando a regulação, de forma que a nossa expectativa, o nosso desejo é continuar os serviços de saúde do Piauí e, dessa vez, mediante remuneração, com o Maranhão pagando o sistema de saúde do Piauí porque não é justo que haja a compensação e que essa integração deve se dar em várias dimensões. Essa compensação é para os serviços e atendimentos médicos de alta complexidade”, declarou o governador Flávio Dino.
Meio Norte – O que pode ser feito, em conjunto, entre os Governos do Piauí e Maranhão, a favor dos dois Estados?
Flávio Dino – Eu acho que são duas questões de muito destaque na reunião que tivemos com o governador Wellington Dias e com o governador de Tocantins, Marcelo Miranda, em Teresina, foi a reestruturação do Consórcio da Rota das Emoções, interligando o turismo no Maranhão, Piauí e Ceará. Por outro lado, tem essa temática do Matopiba, sobre a produção agrícola, que a presidente Dilma Rousseff está incentivando. Nós decidimos um trabalho conjunto entre os Estados do Piauí, Maranhão, Tocantins e Bahia visando que isso se estenda à uma visão ampla de desenvolvimento, o que a presidente Dilma está propondo. O que os governadores concordam.
Meio Norte – É possível a construção de pontes em conjunto entre os Governos do Piauí e Maranhão sobre o rio Parnaíba?
Flávio Dino – Claro, nós vamos construir seis pontes em conjunto.
Meio Norte – Em quais municípios?
Flávio Dino – As pontes que vamos construir em primeiro lugar é a que liga o município de Brejo ao Estado do Piauí, sobre o rio Parnaíba, naturalmente. Essas seis pontes são de uma proposta do governador Wellington Dias, o que nós acertamos é que ele vai apresentar essa proposta para que possamos ver, já é definitivo, já é estabelecido que o Governo do Maranhão vai fazer esse debate sobre a construção das seis pontes e vamos construir essa ponte sobre o rio Parnaíba no município de Brejo. É fundamental o desenvolvimento integrado dessa região e, por isso mesmo, a reunião com os governadores dos Estados do Matopiba foi importante porque essa situação já ocorre, em especial em relação à logística. É impossível planejar a logística, a não ser de forma integrada, como também os serviços públicos, é claro que o Piauí faz uma ponte, o Maranhão faz a estrada. O Maranhão faz uma ponte e o Piauí faz a estrada.
Meio Norte – O que o Piauí tem em comum com o Maranhão?
Flávio Dino – Em primeiro lugar, o rio Parnaíba; e, em segundo lugar, a crença do desenvolvimento; e, em terceiro lugar, a busca de dias melhores para o povo.
Meio Norte – O senhor anunciou a construção pelo Governo do Maranhão de uma estrada ligando o Parque Nacional Lençóis Maranhenses e o Delta do Parnaíba. A estrada vai ligar qual município maranhense a qual município piauiense?
Flávio Dino – O município de Barreirinhas, do lado do Maranhão, ao município de Parnaíba, no lado do Piauí.
Meio Norte – Como o Estado do Maranhão está tratando os problemas de estrutura da Ponte da Amizade, sobre o rio Parnaíba, ligando Teresina a Timon?
Flávio Dino – Nós iniciamos uma recuperação emergencial na Ponte da Amizade na infraestrutura para evitar problemas maiores. O certo é que nós temos que pensar, evidentemente, entre outras ligações com o oeste do Piauí, esse é um dos desafios do Matopiba.
Meio Norte – Como ficaram as negociações entre a Prefeitura de Teresina, Governo do Piauí e Governo do Maranhão sobre o fluxo de pacientes maranhenses por hospitais e serviços públicos de saúde da capital e de municípios do interior piauiense?
Flávio Dino – Nós fizemos uma pactuação com a Prefeitura de Teresina no que se refere a seis municípios maranhenses. Nós vamos pagar os serviços em Teresina, mediante regulação do SUS (Sistema Único de Saúde). Esse caminho, nós acertamos, já houve esse acordo. Agora, nessa semana, nós estamos iniciando a regulação, de forma que a nossa expectativa, o nosso desejo é continuar os serviços de saúde do Piauí e, dessa vez, mediante remuneração, com o Maranhão pagando o sistema de saúde do Piauí porque não é justo que haja a compensação e que essa integração deve se dar em várias dimensões. Essa compensação é para os serviços e atendimentos médicos de alta complexidade.
Meio Norte – Como governador, o que o senhor planeja fazer para acabar com a distorção do Maranhão ser um Estado rico com um povo pobre?
Flávio Dino – O desafio do desenvolvimento abrange uma série de iniciativas. O governo da presidente Dilma iniciou a institucionalização do Matopiba, que é a integração das regiões produtoras do Maranhão, Piauí e Bahia. Nós temos participado de reuniões para reafirmar nossa crença de que é a agricultura e pecuária são essenciais e, por isso mesmo, precisamos fortalecê-las, além de aproveitar para fortalecer outros empreendimentos. Ou seja, garantir a estruturação das cadeias produtivas. Por isso mesmo, temos o fato do Governo Federal estar apresentando o Matopiba com o modelo de criação de uma nova classe média no campo, começando pelo Maranhão, para que a gente possa reverter os péssimos indicadores sociais que infelizmente o nosso Estado acumulou durante décadas e foi excluído do processo de desenvolvimento brasileiro. Nós acreditamos no Matopiba, acreditamos nessa iniciativa do Governo Federal e vamos fazer a nossa parte, além de receber investimentos do Governo Federal, que nós já estamos recebendo. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, já esteve em Balsas com Prefeituras e agricultores, e nós do Governo do Maranhão também vamos fazer os nossos investimentos a exemplo das ligações rodoviárias que nós estamos fazendo nas novas regiões produtoras. Nós estamos vivendo o desafio no Maranhão de enfrentarmos os péssimos indicadores sociais que herdamos. Para isso, o apoio federal é fundamental. A presidente Dilma, em várias oportunidades, tem analisado e chegado a essa compreensão de que o Brasil vive um momento difícil de desaceleração econômica e de desemprego. O que nós estamos passando é transitório. Logo em seguida, eu espero que no segundo semestre, vamos ter a intensificação do crescimento dos investimentos federais no Maranhão e no Piauí, em, por exemplo, no Programa Minha Casa Minha Vida, que é algo fundamental não só para combater o déficit, para acabar com as submoradias, mas também para gerar empregos para os maranhenses, para os piauienses, para os brasileiros de um modo geral. De modo, que nós temos iniciativas importantes em curso. Esse projeto do Matopiba, que foi lançado pela presidente Dilma, tem todo o nosso apoio. Acreditamos que essa conjuntura difícil vai passar e, com isso, os investimentos federais vão se restabelecer, exemplo do Minha Casa Minha Vida e de questões infraestruturais, que são fundamentais como a implantação das linhas de energia e nós precisamos do fomento para a agricultura, a pecuária. São expectativas que nós temos e eu posso afirmar que estamos todos confiantes que esse problema difícil do Maranhão e do Brasil vai ser ultrapassado e, com isso, o Piauí vai ser beneficiado.
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