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segunda-feira, 8 de junho de 2015

Caxienses se queixam de falta de emprego formal no município

Prefeitura ainda é a principal empregadora; a construção civil, segundo setor que mais absorve mão de obra, oferece vaga para auxiliares, pedreiros e mestres de obra; comércio está em queda e não emprega com a frequência de antes

O Estado - Está difícil conseguir emprego em Caxias. A Prefeitura continua sendo a principal empregadora, seguida do setor da construção civil, que ultimamente tem absorvido ajudantes e pedreiros, além de mestres de obra. Quem não se encaixa em nenhum desses perfis de trabalho, está desempregado ou precisa recorrer a outros ofícios sem amplitude.
Comércio caxiense está em baixa e este ano já demitiu um número considerável de empregados; algumas lojas fecharam
José Marcelo Pereira de Sousa está há oito meses sem emprego formal. Apenas com ensino médio no currículo, ele trabalhou durante três anos como balconista em um estabelecimento comercial, mas teve de sair do emprego por conta de redução do quadro de funcionários. Desde então, tem tentado encontrar uma nova oportunidade.

"A empresa teve de cortar custos, e quem estava há mais tempo ‘dançou’ para não ter de pagar nossos direitos. De seis funcionários, só três ficaram por causa da crise", revelou o agora desempregado José Marcelo.

Considerado há alguns anos como um dos setores que mais empregavam em Caxias, hoje o comércio já não apresenta o mesmo reflexo de crescimento. Pouca mão de obra é gerada no setor e alguns empreendedores argumentam que estão reduzindo custos para não ter de dispensar seus funcionários. "Deixamos de comprar produtos novos desde janeiro. A meta é arrecadar para pagar as contas e manter o que já temos. O comércio está fraco em termos de venda e isso tem prejudicado muito a gente. Até o Dia das Mães, quando achávamos que íamos vender bem, não tivemos o faturamento esperado", reclamou a lojista Rosalinda Gomes.

Sem vendas - As vagas no setor do comércio estão cada vez mais escassas. Quem já está empregado tenta se manter. A saída é usar a persuasão para a clientela comprar. Mas a tarefa não é fácil, como atesta o vendedor Alfredo José de Oliveira. O comerciário trabalha no comercio varejista há dois anos, mas já trocou de empregador duas vezes nesse período. Ele argumenta que a demissão não se deu por justa causa, mas porque um dos empreendimentos onde trabalhava decretou falência.

"Infelizmente, tenho que estudar. Ainda não terminei o ensino médio. Preciso ajudar em casa e é aqui no comércio que eu consegui um emprego para garantir o sustento. Se a gente não se empenhar para vender, o dono da loja não tem lucro e a gente acaba ficando sem emprego. Já senti isso na pele. Não quero passar por isso de novo", comentou Alfredo José.

Lojistas - Precisando se reinventar para manter os lucros, muitos lojistas estão apostando em mudança no ramo em que atuam. Vender roupas baratas, compradas em feiras de Fortaleza e Caruaru, é o grande filão do momento.

Aparecida Goudinho é uma dessas empresárias. Ela tinha uma loja de artigos de R$ 1,99 e recentemente trocou toda a mercadoria pela venda de peças com o valor único de R$ 10,00. Sucesso garantido de vendas, principalmente nos dias de pagamento do funcionalismo público. Ela não revela o faturamento, mas garante que a troca foi oportuna.

"Não tive que demitir ninguém, o que foi bom demais, e, principalmente, para eles. Hoje, emprego está difícil e reconhecemos que precisamos nos adaptar a nova realidade para não fechar as portas. Se o faturamento não estava bom de um jeito, partimos para outra coisa. Não abrimos novos postos de trabalho há mais de um ano, mas também não demitimos ninguém", admitiu a comerciante.

Tradicionais - Enquanto alguns empreendedores se reinventam e mudam de ramo para não perderem faturamento, quem abre um novo negócio hoje em Caxias, mesmo pequeno, ainda investe na rentabilidade garantida, sem ousadia.
São as lojas de confecções baratas, aquelas peças que não ultrapassam o valor de R$ 30,00, as que mais faturam e que ainda abrem novas franquias em Caxias. Com um investimento barato, elas têm garantia fixa de faturamento e, mesmo precisando de poucos funcionários, são elas que ainda mantêm empregados muitos caxienses.

A maioria não recebe salário mínimo e a carteira de trabalho nem sempre é assinada. Como não há fiscalização mais rigorosa do Ministério do Trabalho, muitos trabalham no comércio local sem o respeito devido aos seus direitos trabalhistas.

Parque Industrial sem função

Inaugurado há mais de três meses, o Parque Industrial de Caxias levou quase um ano para ficar pronto. O complexo, montado na saída da cidade, na BR­-316, no trecho que liga Caxias a Teresina (PI), tem setor administrativo, pista asfaltada, iluminação e rede de água própria, além de estar localizado em uma importante BR recém-reformada, mas, até o momento, nenhuma empresa sinalizou qualquer intenção de se instalar em Caxias.

Ao contrário de Timon, que inaugurou seu distrito no mesmo período e já tem três empresas interessadas em se instalar, em Caxias ainda não há nenhuma. O distrito está fechado, à espera de novos investidores que poderiam estar gerando emprego e renda para a cidade.

Mesmo sendo uma obra de longo prazo, o projeto de criação do distrito deverá levar de 3 a 6 anos para seu funcionamento, período gasto somente com implementações e desenvolvimento.

Preparação - Durante o período de três a seis anos, a cidade de Caxias prepara mão de obra, com cursos de graduação e também de cursos técnicos. No município, a mão de obra está sendo preparada por conta própria, ou seja, quem quer melhorar de vida ou conseguir um bom emprego se matricula em cursos de qualificação ou ingressa no ensino superior ou técnico.

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