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quarta-feira, 13 de maio de 2015

Mototaxistas invadem Câmara de Caxias e suspendem sessão ordinária

Com ânimos exaltados, os manifestantes lotaram as dependências da Câmara de Vereadores de Caxias

O Estado - Centenas de mototaxistas promoveram no fim da tarde de segunda-feira, 11, um buzinaço pelas principais ruas e avenidas de Caxias. O movimento pede a reformulação de alguns pontos da Lei Municipal que regulamenta a categoria e teve seu ato fim na Câmara de Vereadores, exatamente na hora da sessão do Legislativo.
Foto: Anele Paula
Com ânimos exaltados, os mototaxistas lotaram as dependências do Parlamento. À medida que os vereadores do bloco governista surgiam no plenário da Câmara para tomar seus assentos, eram vaiados. Já os oposicionistas, aplaudidos.

A presidente da Casa, Ana Lúcia Ximenes (PT do B), temendo um descontrole por parte de integrantes do movimento, pediu reforço da Guarda Municipal e solicitou a presença da Polícia Militar (PM) no prédio.

Sem sessão ­ Diante da pressão popular, a chefe do Legislativo sugeriu que a sessão ordinária não fosse realizada e sim uma reunião entre representantes do movimento e os parlamentares. Após uma negociação tensa, foi convocada a Comissão de Trânsito e Transporte da Câmara para buscar um diálogo.

Paulo Simão (PT do B), Fátima da Baixinha (PRB) e Taniery Cantalice (PRTB), esta última substituindo Jerônimo Ferreira (PP), que estava ausente, receberam na ante sala do Plenário três representantes do movimento.

O segundo passo foi escolher uma comissão com 8 integrantes dos mototaxistas para uma reunião no próprio plenário. Todos tiveram a oportunidade de expressar quais os pontos da Lei Municipal que a categoria pede que seja reformulado.

Entre os pontos citados estão a não obrigatoriedade de pintar a motocicleta na cor amarela; a criação de uma cooperativa para substituir o atual Sindicato dos Mototaxistas de Caxias; aumento do número de mototaxistas credenciados pelo Município, que a lei estipula em apenas 1.500 e a suspensão temporária da fiscalização em pontos de moto­táxi até que as reivindicações sejam atendidas.

Sem representatividade ­ De acordo com os manifestantes, o atual Sindicato dos Mototaxistas de Caxias não os representam. Eles enfatizaram que a lei enviada pelo Executivo há mais de um ano e aprovada pela Câmara foi discutida por uma minoria que teria cedido às pressões do município.

Os mototaxistas acusam a Prefeitura de Caxias de orientar os órgãos de trânsito (DMTT e Guarda Municipal) para multar e recolher as motocicletas daqueles que ainda não se regularizaram perante o que determina a Lei e que as abordagens ocorrem mesmo quando eles não estão transportando passageiros e que esta fiscalização estaria sendo encarada como uma perseguição aos profissionais que não aceitam as normas.

Manifestantes querem a padronização

Os manifestantes (mototaxistas) ressaltaram na Câmara Municipal de Caxias, que são favoráveis a organização e fiscalização da categoria, no entanto, reclamam do alto custo com a padronização das motocicletas e o valor de mercado que elas perdem ao serem pintadas com a cor amarela. Eles pedem que sejam exigidos apenas a colocação de adesivos, os coletes e mudança para a categoria veículo de aluguel, com placa na cor vermelha.

Depois de ouvir a comissão formada pelos mototaxistas, os vereadores puderam se posicionar sobre o assunto. Os parlamentares de oposição, puxado pelo vereador Catulé (PSB) suscitou a possibilidade de derrubar a Lei para ser reformulada.

Fábio Gentil (PSDC) também assinalou favorável às mudanças e ressaltou que é preciso apenas dois terços dos integrantes da Casa para fazer valer a vontade da categoria.

Depois de duas horas de diálogo com os manifestantes, a Comissão de Trânsito e Transporte da Casa deu seu veredito. Pediu o prazo de uma semana para apresentar uma solução para o caso. Mas, já adiantou que vai cobrar do Executivo que as fiscalizações aos mototaxistas não regularizados sejam suspensas até segunda ordem.

Até lá, uma reunião com o prefeito Léo Coutinho (PSB) e com o secretário de Transportes, Júnior Martins, será solicitada para tratar sobre o assunto. Já os mototaxistas prometeram realizar novo protesto caso as reivindicações não sejam atendidas.

MAIS

O serviço de mototáxi surgiu no Brasil no ano de 1994, na cidade de Crateús, interior do Ceará, na época, um funcionário do Banco do Brasil, comprou 10 motos para alugar, destinadas ao transporte de pessoas. Segundo outras informações, na cidade de Xinguara, interior do Pará, Roberto Lima com sua esposa Dulcinéa Lima abriram uma locadora de motos, começando com poucas unidades, mas em pouco tempo se tornando a maior da cidade. Depois disso, abriram um ponto de mototáxi na entrada da cidade, sendo os pioneiros no ramo do serviço no Brasil.

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