Com ânimos exaltados, os manifestantes lotaram as
dependências da Câmara de Vereadores de Caxias
O Estado - Centenas de mototaxistas promoveram no fim da tarde de segunda-feira, 11, um buzinaço pelas principais ruas e avenidas de Caxias. O movimento
pede a reformulação de alguns pontos da Lei Municipal que regulamenta a
categoria e teve seu ato fim na Câmara de Vereadores, exatamente na hora da
sessão do Legislativo.
Com ânimos exaltados, os mototaxistas lotaram as
dependências do Parlamento. À medida que os vereadores do bloco governista
surgiam no plenário da Câmara para tomar seus assentos, eram vaiados. Já os
oposicionistas, aplaudidos.
A presidente da Casa, Ana Lúcia Ximenes (PT do B),
temendo um descontrole por parte de integrantes do movimento, pediu reforço da
Guarda Municipal e solicitou a presença da Polícia Militar (PM) no prédio.
Sem sessão Diante da pressão popular, a chefe do
Legislativo sugeriu que a sessão ordinária não fosse realizada e sim uma
reunião entre representantes do movimento e os parlamentares. Após uma
negociação tensa, foi convocada a Comissão de Trânsito e Transporte da Câmara
para buscar um diálogo.
Paulo Simão (PT do B), Fátima da Baixinha (PRB) e
Taniery Cantalice (PRTB), esta última substituindo Jerônimo Ferreira (PP), que
estava ausente, receberam na ante sala do Plenário três representantes do
movimento.
O segundo passo foi escolher uma comissão com 8
integrantes dos mototaxistas para uma reunião no próprio plenário. Todos
tiveram a oportunidade de expressar quais os pontos da Lei Municipal que a
categoria pede que seja reformulado.
Entre os pontos citados estão a não obrigatoriedade de
pintar a motocicleta na cor amarela; a criação de uma cooperativa para
substituir o atual Sindicato dos Mototaxistas de Caxias; aumento do número de
mototaxistas credenciados pelo Município, que a lei estipula em apenas 1.500 e
a suspensão temporária da fiscalização em pontos de mototáxi até que as
reivindicações sejam atendidas.
Sem representatividade De acordo com os
manifestantes, o atual Sindicato dos Mototaxistas de Caxias não os representam.
Eles enfatizaram que a lei enviada pelo Executivo há mais de um ano e aprovada
pela Câmara foi discutida por uma minoria que teria cedido às pressões do
município.
Os mototaxistas acusam a Prefeitura de Caxias de
orientar os órgãos de trânsito (DMTT e Guarda Municipal) para multar e recolher
as motocicletas daqueles que ainda não se regularizaram perante o que determina
a Lei e que as abordagens ocorrem mesmo quando eles não estão transportando passageiros
e que esta fiscalização estaria sendo encarada como uma perseguição aos
profissionais que não aceitam as normas.
Manifestantes
querem a padronização
Os manifestantes (mototaxistas) ressaltaram na Câmara
Municipal de Caxias, que são favoráveis a organização e fiscalização da
categoria, no entanto, reclamam do alto custo com a padronização das
motocicletas e o valor de mercado que elas perdem ao serem pintadas com a cor
amarela. Eles pedem que sejam exigidos apenas a colocação de adesivos, os
coletes e mudança para a categoria veículo de aluguel, com placa na cor vermelha.
Depois de ouvir a comissão formada pelos mototaxistas,
os vereadores puderam se posicionar sobre o assunto. Os parlamentares de
oposição, puxado pelo vereador Catulé (PSB) suscitou a possibilidade de
derrubar a Lei para ser reformulada.
Fábio Gentil (PSDC) também assinalou favorável às
mudanças e ressaltou que é preciso apenas dois terços dos integrantes da Casa
para fazer valer a vontade da categoria.
Depois de duas horas de diálogo com os manifestantes,
a Comissão de Trânsito e Transporte da Casa deu seu veredito. Pediu o prazo de
uma semana para apresentar uma solução para o caso. Mas, já adiantou que vai
cobrar do Executivo que as fiscalizações aos mototaxistas não regularizados
sejam suspensas até segunda ordem.
Até lá, uma reunião com o prefeito Léo Coutinho (PSB)
e com o secretário de Transportes, Júnior Martins, será solicitada para tratar
sobre o assunto. Já os mototaxistas prometeram realizar novo protesto caso as
reivindicações não sejam atendidas.
MAIS
O serviço de mototáxi surgiu no Brasil no ano de 1994,
na cidade de Crateús, interior do Ceará, na época, um funcionário do Banco do
Brasil, comprou 10 motos para alugar, destinadas ao transporte de pessoas.
Segundo outras informações, na cidade de Xinguara, interior do Pará, Roberto Lima
com sua esposa Dulcinéa Lima abriram uma locadora de motos, começando com
poucas unidades, mas em pouco tempo se tornando a maior da cidade. Depois
disso, abriram um ponto de mototáxi na entrada da cidade, sendo os pioneiros no
ramo do serviço no Brasil.
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