O delegado Roberto Wagner fala sobre o crime de agiotagem praticado em algumas prefeituras maranhenses
Polícia Civil, em parceria com o Ministério Público do Maranhão (MPMA) e Secretaria Estadual de Segurança Pública do Maranhão (SSPMA) iniciou a Operação Imperador que investiga a autoria de desvios de verbas e tenta recuperar o patrimônio roubado por criminosos infiltrados nas prefeituras do estado. A ação averigua, sobretudo, crimes relativos ao ano de 2012. Primeiro relatório do inquérito da operação deve sair em 30 dias. Sobre a continuação do caso, o delegado da Polícia Civil do Maranhão, Roberto Wagner(foto), responsável pela Operação Imperador, fala sobre os casos de agiotagem no Maranhão.
A Operação é derivada da Operação Detonando, que investigou o assassinato do jornalista Décio Sá, em 2012. Foram cumpridos 38 mandados de busca e apreensão pela Polícia Civil, na cidade de Dom Pedro, durante a terça-feira, 31. Até o momento, a investigação já descobriu o desvio de R$ 5 milhões que seriam destinados a medicamentos, aluguéis de máquinas pesadas e merenda escolar, por conta da agiotagem. A Polícia pretende investigar ainda crimes de corrupção, narcotráfico e homicídios nas prefeituras e demais órgãos públicos, como Câmaras Municipais das cidades envolvidas.
Recentemente, os presos pela Operação, em Dom Pedro, já foram libertados. Por quê?
Roberto Wagner: “Dos presos na Operação, foram soltos, até agora, a ex-prefeita Maria Arlene Barros Costa, no último sábado à noite (4), e Eduardo José Barros Costa, no último domingo (5). Eles tinham mandato de prisão temporário com validade de cinco dias. Já o filho de Arlene, Alfredo Falcão, continua preso acusado de receptação”.
Quais os próximos passos da operação?
“Os próximos passos da Operação estão sob o sigilo da Polícia Civil, mas todos os municípios suspeitos estão sendo investigados. No momento, estamos elaborando o relatório final inquérito das investigações em Dom Pedro que será encaminhado à Justiça e deve sair em até 30 dias. Mas o prazo pode estender já que foram muitos bens apreendidos. Neste relatório final teremos o valor exato de quanto foi desviado ao todo na prefeitura. A parcial, por enquanto, é de que R$ 5 milhões foram desviados em verbas que seriam para medicamentos, merenda escolar e aluguel de máquinas pesadas”.
O esquema de agiotagem atinge quais prefeituras e desde que época existe?
“Bom, este esquema existe, com provas documentadas, desde 2012, quando, na "Operação Detonando", realizada após o assassinato de Décio Sá. Na época, a polícia apreendeu documentos importantes que levaram a desmembrar esquemas de agiotagem em todo o estado comandado pelos empresários, pai e filho, José de Alencar Miranda Carvalho e Gláucio Alencar Pontes Carvalho, presos desde junho 2012. São 42 prefeituras envolvidas segundo os documentos encontrados”.
Como funciona, detalhadamente?
“O agiota fornece verba para a campanha de um determinado candidato. Quando este é eleito, coloca sob a responsabilidade do agiota algumas áreas da prefeitura, sobretudo, envolvendo o aluguel de máquinas pesadas, merenda escolar e medicamento, desviando verbas destes setores. Em Dom Pedro, Alfredo Falcão, filho de Arlene, possuía 10 empresas fantasmas para fraudar processos licitatórios durante a gestão da ex-prefeita, entre os anos de 2009 e 2012”.
(Com informações do O Imparcial)
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