Antiga Companhia de Fiação e
Tecidos União Caxiense, fundada em 1889, e que hoje abriga órgãos do município,
tem problemas no teto
Centro de Cultura Acadêmico José Sarney |
O Estado - Abandonada. Essa é a única
palavra capaz de definir a estrutura do prédio que leva o nome de Centro de Cultura
Acadêmico José Sarney, em Caxias. Restaurado em 1985, o local nunca mais passou
por uma reforma ou reparo, apenas pinturas rápidas no seu espaço interno. Desde
então, uma série de problemas vem contribuindo para a degradação do espaço, que
era para ser um dos maiores centros culturais e artísticos de Caxias.
Funcionando atualmente como sede
das secretarias de Cultura, Educação e Trabalho e, ainda, do Setor Tributário Municipal
e do Programa Bolsa Família, em nada o prédio lembra o que já foi no seu
período áureo.
Os banheiros estão depredados,
com o sistema hidráulico precário e restos de necessidades fisiológicas. Quando
chove, o problema se agrava. Muitas salas enchem de água. Quem se dirige até a
sede da Secretaria Municipal de Educação se depara com o odor de fezes e urina.
Foi por esse motivo, e também por
causa do teto, que está quase desabando, que as portas da Escola de Música Santa
Cecília fecharam. Hoje, os músicos ensaiam na entrada da Secretaria Municipal
de Cultura.
Outro exemplo claro de degradação
está nas portas danificadas e que não oferece nenhuma segurança ao prédio. O
teatro, que era para funcionar como tal, recebeu poucas apresentações
artísticas desde a sua inauguração em 1985, e há alguns anos suas portas fecharam
se pela falta de estrutura e, principalmente, de segurança para receber público
durante as apresentações.
No teatro, não há cadeiras, os
banheiros estão quebrados e não tem sistema de iluminação ou acústica ideal
para funcionar como local de espetáculo. Para piorar ainda mais a situação, o
telhado ruiu. Segundo a Secretaria Municipal de Cultura, não há projetos para a
reforma do centro.
Fora Se do lado de dentro a situação é caótica, do lado de fora
do prédio também há problemas evidentes. Basta um olhar mais atento para
perceber que a pintura do Centro de Cultura está danificada. O sistema de
iluminação durante a noite também é precário. Canteiros e bancos, onde antes
existia uma praça, foram destruídos e o local é utilizado como banheiro
público, exalando um forte odor.
Durante o dia, há outro problema.
A área externa é explorada indevidamente como estacionamento e também por ambulantes.
Dezenas deles montam barracas com a venda dos mais variados produtos. Há
alimentos, bolsas, capas para automóveis e ainda uma pequena “rodoviária” de
veículos vindos da zona rural.
Os serviços funcionam nesse
espaço sem nenhuma restrição por parte do poder público, mesmo sabendo que a
exploração indevida do local fere o Código de Postura do Município, que proíbe
a ocupação desordenada dos logradouros públicos.
Saiba Mais
O Centro de Cultura Acadêmico
José Sarney, antes de ser doado ao Município de Caxias para o funcionamento de
repartições públicas, foi uma importante fábrica têxtil. Batizada de Companhia
de Fiação e Tecidos União Caxiense S/A, foi fundada em 1889, em plena
efervescência de mudança no sistema político brasileiro, que deixava de ser
monarquia para ser república.
A fábrica foi fundada por três
sócios: Antônio Joaquim Ferreira Guimarães, Manoel Correia Baima e Francisco Dias
Carneiro. A indústria foi erguida em área de 6 mil metros quadrados, contava na
sua criação com 220 teares e mantinha em seu quadro 350 funcionários.
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