O prefeito de Timon, Luciano Leitoa (PSB) concedeu entrevista ao blog do jornalista Elias Lacerda na última segunda-feira(23).
Confira abaixo a entrevista
completa:
Prefeito, o senhor está iniciando a segunda metade de seu mandato. O
que muda?
Basicamente, mudaram os cenários
político e econômico. O cenário político mudou para melhor, com a eleição de um
governador que tem compromisso com o desenvolvimento social. Além disso, todos
sabem, é um aliado e parceiro de Timon. Também há o fato de contarmos agora com
um deputado estadual, federal e um senador para fazerem a ponte entre a nossa
administração e as instâncias estaduais e federais. Não tivemos nada disso nos
dois primeiros anos.
Por outro lado muda também o
cenário econômico, e esse para pior. Não temos ainda um quadro claro da
dimensão do desarranjo das contas públicas federais e o tamanho dos cortes
necessários para o ajuste fiscal. Mas as projeções são todas de um ano muito
difícil, com perda de receita para Estados e Municípios, além de diminuição de
investimentos privados.
E qual o efeito na Prefeitura?
É o mesmo que cada pai de família
de Timon enfrentará para custear as despesas de sua casa. Os aumentos da
energia, combustível e supermercado, por exemplo, impõem à necessidade de redução
de outras despesas para que o salário consiga pagar as contas no fim do mês.
Este cenário também se repete na
iniciativa privada que tem feito drásticos cortes em seus orçamentos. Afetados
pela crise, as empresas diminuíram seus investimentos, reduziram o número de
funcionários e estão sendo obrigadas a realinhar-se diante desta nova
realidade.
No caso dos municípios a situação
é ainda pior porque se por um lado também vemos o nosso custeio aumentar
acompanhando a energia e combustíveis para continuarmos no exemplo anterior,
sofremos com a queda das receitas.
Para se ter uma ideia, as 18
escolas que estão sendo climatizadas devem gerar até um final do ano um custo
adicional, apenas com energia, de quase um milhão de reais.
E o que se pode esperar da parceria com o Governo do Estado?
Podemos esperar o que é natural
na relação entre os entes federados. Inflizmente, por dois anos esperamos a
ajuda do governo do estado no tocante à pavimentação. Acredito, inclusive, que
faltou empenho dos aliados da ex-governadora em Timon que cruzaram os braços e
sequer puseram suas emendas para pavimentações e asfalto.
Em Coelho Neto, por exemplo, os deputados apoiados pelo prefeito
daquela cidade viabilizaram esses recursos e ajudaram o município. Por que os
nossos não fizeram? Só por que o prefeito é Luciano Leitoa?
Cabe aqui destacar que embora
estivéssemos na oposição municipal durante o curto período do governo Jackson,
trabalhamos e trouxemos quase 30 quilômetros de asfalto para a cidade sem nos
importarmos com quem estava à frente da prefeitura.
Nos próximos dois anos, no
entanto, o cenário será diferente porque contaremos não só com o apoio do
governador, mas com os deputados Rafael e Zé Reinaldo que firmaram compromisso
com nossa cidade para trazer cada vez mais recursos para Timon. Quem ganhará
não será o Luciano, mas a cidade.
E a Prefeitura está preparada para isso?
Sim. Estamos tomando as atitudes
que o momento nos impõe como a redução do custeio da máquina pública e de
pessoal. Os secretários têm feito cortes nas gratificações e outras medidas que
otimizem os recursos que tem à sua disposição. Tudo isso visando mantermos os
investimentos e a folha em dia.
Além disso, nossa equipe técnica
está finalizando os projetos que encaminharemos ao governo do estado, em
especial nas áreas de infraestrutura, saúde e segurança.
Estamos, inclusive, analisando
uma forma de intensificar nosso diálogo e articulação com os governos federal e
estadual a fim de potencializar a captação de recursos.
Mas esse quadro também motiva a oposição, que está se mexendo para
ganhar espaços. Como o Sr. vê esse cenário, do ponto de vista do jogo político?
Com naturalidade. É saudável que
a oposição cumpra seu papel. A população terá três caminhos a escolher. Aquele
que estamos construindo, com seriedade, que parte da reestruturação da máquina
pública e de um claro projeto de desenvolvimento social e estruturante. Por
outro lado tem o projeto do grupo que governou por oito anos e tem pretensões
de voltar. E ainda tem a tentativa do grupo Sarney que anunciou a saída da
política lá em São Luis e está tentando voltar por Timon. São as mesmas
pessoas, com outras caras.
As práticas são as mesmas para
tentar confundir a população. Infelizmente usam métodos que não cabem mais na
política como mentiras e difamações. Para me atingir, chegaram ao ponto de
fazer montagens com minha esposa divulgando-as nas redes sociais.
Me recordo que quando perdemos
uma eleição desfilaram com caixões pela cidade. Um destes caixões seria para
meu filho que na época tinha pouco mais de um ano de vida. Por outro lado,
quando ganhamos as eleições, pedi ao nosso grupo que comemorassem serenamente e
respeitassem nossos adversários por entender que independe das diferenças
partidárias, temos que pautar nossas ações sempre a partir da honestidade,
respeito e seriedade.
Nós propusemos uma nova forma de
governar, mas também um outro modelo de política. Aquele que aceita críticas,
mas exige respeito.
A população de Timon vai ter
tempo para refletir e escolher o caminho mais acertado.
E o que pode ser feito para combater a insegurança que vem aumentando
muito na cidade?
Esse é um problema não apenas de
Timon, mas de todo o país, especialmente o Nordeste, onde os índices de
violência vêm crescendo cada vez mais. A prefeitura não comanda a polícia, como
você sabe. Além disso, grande parte dessa violência decorre do flagelo da
droga, que está se disseminando e destruindo famílias. O crack, a meu ver, é o
maior problema social do momento e as soluções tem que ser compartilhadas entre
os governos Federal, Estadual e Municipal. Os Municípios não têm recursos nem
estrutura para enfrentar o problema crescente da violência. A Guarda Municipal
não tem a função constitucional de combater o crime. O que estaremos fazendo,
em caráter experimental, é montar uma rede de monitoramento, por câmeras, em
algumas áreas de maior fluxo de pessoas. É como combater a febre e não a
doença. Só quem pode combater a doença são os governos Federal e Estadual,
através de políticas de inclusão social.
Prefeito, e sobre o SAAE? A oposição diz que o senhor o vendeu, mas o
que de fato aconteceu?
Gostaria de primeiro fazer um
esclarecimento para que a população saiba a verdade dos fatos: nas eleições do
ano passado a oposição tentou se aproveitar do discurso de que o SAAE foi
vendido, o que não é verdade.
Fizemos uma PPP, Parceria Público
Privada, que consiste numa concessão para que a empresa vencedora do processo
licitatório administre o SAAE por um tempo determinado. Neste período eles
farão um investimento de 200 milhões de reais e resolverão o problema da água e
do esgoto em nossa cidade. Após este prazo todo os investimentos feitos
retornarão ao município e será um patrimônio da cidade.
O que não aceito é a oposição
criar um discurso que não corresponde à verdade para enganar a população quando
eles sabem que esta é a única forma para resolver esta questão. O que eles não
querem é ver este problema histórico resolvido para, nas eleições,
capitalizarem eleitoralmente. Em busca de votos, preferem a falta d'água na
cidade e o esgoto na porta das pessoas.
Sugiro à oposição visitar o Piauí
onde o governador Wellington Dias, no seu terceiro mandato, reconheceu a necessidade
de parcerias e está iniciando uma série de concessões naquele estado.
Prefeito, diante de todas essas dificuldades, o senhor avalia que Timon
mudou para melhor?
Sim. É visível através dos olhos
dos Timonenses e de teresinenses que tem vindo morar em nossa cidade. Não somos
mais vistos como um bairro afastado da capital, mas como uma cidade em
progresso que oferece aos seus habitantes oportunidades de crescimento.
Compreendemos que muito ainda
precisa ser corrigido. Pavimentação, segurança e saúde, por exemplo, está entre
esses fatores e tem sido algumas de nossas prioridades nas articulações com o
governo do estado.
E o senhor mudou?
Sim. Os compromissos políticos a
administrativos consomem quase a totalidade da minha agenda e já não tenho
tempo como antes. Assim, como filho, esposo e pai, tenho aprendido que cada
instante ao lado de minha família é importante para recuperar o fôlego para o
trabalho do dia a dia. Recentemente, em viagem a trabalho, perdi o aniversário
de 7 anos de minha filha caçula e não pude estar ao lado dela numa data tão
importante, assim como outros aniversários de meus filhos.
O cargo de prefeito, para quem o
encara com muita responsabilidade e compromisso, consome muito,pois tenho
sempre que procurar entender de tudo um pouco e a administração é muito
dinâmica e complexa, além disso por algumas vezes,fatos como o atentado que
ocorreu contra mim, quando dispararam um tiro contra meu carro e acertaram o
motorista, nos fazem mudar algumas rotinas, fato que até hoje nunca foi
esclarecido. Ainda tenho convivido com o problema de saúde de minha mãe,que
mesmo tendo perdido boa parte da voz acompanha sempre tudo pela internet e
sempre tem dado aquele carinho e força de mãe o que é muito importante.
Meu pai, que tem acompanhado de
perto o tratamento de saúde dela, acaba sofrendo também muitos ataques, talvez
seja pelo fato de ter sido sempre um homem de posição o que incomoda muitos
daqueles que gostariam de ter uma história como a dele. Como todo mundo que não
se omite,ele tem seus erros e seus acertos, mas tem uma coisa que ninguém pode
negar, é que estando fora ou dentro do poder ele sempre tentou ajudar Timon. E
pela liderança que exerce, ele é procurado, mesmo estando de fora da
administração. Fazem um jogo sujo com muitas calúnias e difamações e ele tem
ganho muitas ações na Justiça, o que confirma as infâmias e injúrias que tem
sofrido.
Uma coisa evidente é que aqueles
que fazem oposição sempre tentam fugir do embate comigo. Eles têm que
compreender que a relação de pai e filho nunca será abalada e isso nunca
mudaremos,já na questão política e na forma de agir podemos eventualmente ter
posições diferentes mas que convergem no mesmo objetivo que é de ver a cidade
avançar e ser cada dia melhor. Com isso posso dizer que um dos valores mais
importantes que tenho aprendido é ter a paciência e a compreensão que o tempo é
o senhor da razão.
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