Unidades municipais que funcionam estão em condições
precárias e as que estão obras não têm previsão de serem reabertas; pacientes
reclamam de demora no atendimento, que foi alvo de acordo firmado com o
Ministério Público.
Posto de Itapecuruzinho está desativado há vários meses para uma reforma que não tem prazo para acabar |
Quem precisa de serviços de saúde pública está cada
vez mais desassistido em Caxias. Os postos de saúde municipais, onde os
pacientes recebem a atenção básica para depois serem encaminhados aos
especialistas ou receberem autorização para fazer os primeiros exames, estão,
em sua maioria, em condições precárias ou fechados para reforma.
Mantidos pela Prefeitura de Caxias, a maioria desses
postos precisa de reformas urgentes e nos que já estão recebendo algum tipo de
melhoria as obras estão atrasadas há vários meses, prejudicando o atendimento à
população, sem a mínima estrutura para funcionar como unidade de saúde.
No bairro Itapecuruzinho, por exemplo, o posto de
saúde está completamente deteriorado, foi desativado há vários meses e está em
reforma. E, para agravar o descaso, para se chegar à casa alugada onde a
unidade de saúde funciona temporariamente, o cidadão é obrigado a percorrer mais
de dois quilômetros por uma rua sem calçamento, cheia de pedras e buracos e
quando chove fica tomada pela lama.
No bairro Baixinha, os moradores estão sem médico e o
atendimento é feito em uma casa alugada, desde que o posto do bairro entrou em
reforma há mais de oito meses. A população reclama porque não é apenas a
infraestrutura que incomoda. "Quando vim trazer meu filho aqui uma vez,
tive que voltar sem saber o peso dele porque não tinha nem balança no posto.
Achei um absurdo”, afirma a moradora do bairro Ana Patricia Sousa Brito.
Nos postos faltam médicos e quando aparecem não é com
a regularidade preconizada pelo Ministério da Saúde. No bairro Caldeirões, por
exemplo, os moradores só conseguem marcar consulta de um dia para o outro. Muitos
chegam às 6hs para esperar a entrega de senhas que, só começam às 13h, ainda
assim para serem atendidos no dia seguinte.
Nem todas as pessoas que ficam esperando horas pela
senha têm a certeza de que serão atendidas. É que nos postos de saúde os
médicos só atendem a 11 pacientes por dia. O aposentado José Santana de
Oliveira, 69 anos, disse que não se importa em ter que acordar cedo para
receber uma senha e só ser atendido no dia seguinte, o que ele reclama é da
incerteza, pois tem que esperar tanto sem saber se de fato será atendido.
"O que é ruim é que a gente chega e não pode arredar o pé daqui, porque se
a gente sai perde a vaga, já que sempre tem um monte de gente que precisa marcar
suas consultas. Às vezes a gente marca e o médico não vem, tem que esperar a
boa vontade dele aparecer aqui", reclamou.
UBS - Por outro lado, as Unidades
Básicas de Saúde, quase todas já praticamente com as obras concluídas, parecem
estar longe de serem inauguradas. Segundo o Município, essas UBS não terão
internações, mas funcionarão com capacidade e estrutura suficientes para
resolver pequenos problemas de saúde.
Caxias foi contemplada com cinco delas, todas do tipo
III, com capacidade para 30 leitos. Pelo menos duas já estão completamente
prontas: uma está localizada ao lado da Maternidade Carmosina Coutinho e outra
na Vila São José, bairro vizinho à Pampulha, cujo posto está fechado há mais de
cinco anos. Vendedores ambulantes até já instalaram uma cobertura improvisada
bem na frente da unidade de saúde, que fica ao lado da maternidade, para a
venda de comida. A unidade deve funcionar como ponto de triagem para as
mulheres que chegam para dar à luz.
Outra unidade que ainda não está pronta, mas que
funcionará nessa mesma modalidade, fica próxima ao hospital macrorregional de
Caxias, localizado na BR-316. O município explica que o atraso no começo do
funcionamento dessas UBS se deve exclusivamente a trâmites burocráticos para a
compra de equipamentos, além das melhorias e acabamentos que ainda faltam na
parte externa desses prédios. (O Estado)
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