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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Zé Reinaldo como deputado tem muito mais a ganhar politicamente do que sendo secretário de Flávio Dino

Zé Reinaldo tem razões para recusar cargo
Aquiles Emir - O deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB) ainda não quis ir direto ao ponto do que lhe fez recusar a Secretaria de Minas e Energia, oferecida pelo governador Flávio Dino (PCdoB), que ele ajudou a eleger. Sexta-feira passada, em nota publicada no Jornal Pequeno, ele jogou mais lenha na fogueira das especulações, ao dizer que as razões são muitas, graves e que o governador conhece todas elas. Nenhum dos dois, porém, vem a público para informar o que disse e o que ouviu. Fazendo uma leitura rápida da situação, independentemente das razões  verdadeiras, dá para sentir que, ficando em Brasília, Zé Reinaldo tem muito mais a ganhar do que sendo membro da equipe do governador. Senão vejamos:
  • Como integrante da equipe de Flávio Dino, Zé Reinaldo não teria sequer autonomia para formar sua equipe, pois cada secretário já recebe a pasta com um kit completo de assessores, mas na Câmara Federal tem autonomia para nomear assessores de seu gabinete e ainda formar outra equipe no Maranhão;
  • Para noticiar suas realizações como secretário, José Reinaldo teria de depender da Secom, já que nenhum secretário de Flávio Dino tem assessoria autônoma, ou seja, tudo tem de passar pelo crivo do secretário de Comunicação, nem mesmo uma coletiva de imprensa pode convocar, mas como deputado pode nomear assessor para distribuir releases, fotos, vídeos, publicar impressos, agenda entrevistas, convidar jornalistas para falar de algo interessante etc e ainda fala quando quer e o que quiser;
  • Como secretário, para falar com Flávio Dino teria que pedir audiência e ainda levar chá de cadeira na sala de espera do gabinete do Palácio dos Leões, mas como deputado, Flávio Dino é quem pede para falar com ele;
  • A Secretaria de Minas e Energia, apesar do nome pomposo, nada tem, pois nem mesmo o transporte do gás de Capinzal do Norte, sob responsabilidade da Gasmar, está sob seu comando e o sistema de energia elétrica do Estado é todo privatizado, logo teria pouco a fazer, enquanto no Congresso Nacional pode participar dos grandes debates sobre os rumos do País, participar das comissões, influenciar a bancada, atender deputados estaduais, empresários, prefeitos e vereadores etc, sem ter explicar nada a ninguém.
  • Como secretário, Zé Reinaldo iria se relacionar com um time que talvez ainda precise de muito treino para jogar, mas em Brasília estará ao lado de grandes e experientes lideranças, falará com ministros e outras pessoas graúdas;

Na Secretaria de Minas e Energia, ele iria administrar um orçamento de R$ 4 milhões/ano e somante em emendas parlamentares pode botar R$ 16 milhões no orçamento da União para 2015 e ajudar o município ou instituição que bem entender. Zé Reinaldo tem direito ainda a um salário maior que de secretário, verba de gabinete, ajuda de custo para moradia e transporte, passagens para ir e vir de Brasília e uma série de outras mordomias.

O mais importante de todos os fatores é que não ficará a reboque de quem no organograma do Estado estaria no máximo em pé de igualdade com ele, mas que nas atribuições dadas pelo governador quer ser o maior de todos os secretários.

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