Do Blog Elias Lacerda
Promotor Antonio Borges |
Uma das poucas vozes que sempre se levantou em defesa dos pacientes oncológicos (com câncer) do Maranhão que fazem tratamento contra a doença em Teresina, o promotor Antonio Borges convocou a imprensa para uma entrevista coletiva na manhã da última terça-feira(30) no auditório da promotoria para tratar novamente do assunto. Na oportunidade, o promotor relatou a situação caótica e desesperadora em que voltaram a ser submetidos esses pacientes. O membro do ministério público informou que os doentes voltaram a ter o tratamento suspenso no hospital São Marcos em Teresina, único centro na região para tratamento do câncer.
De acordo com Borges, só de Timon são cerca de 100 pacientes de baixa renda que estão sofrendo em casa e na iminência de morrerem da doença por conta da suspensão no atendimento.
Esta não é a primeira vez que o tratamento é suspenso pela rede de saúde pública do Piauí que sempre alegou falta de pagamento pelo serviço que presta , entretanto o promotor explica que desta vez a culpa não é do governo do Maranhão, mas do Ministério da Saúde que se comprometeu em março deste ano a pagar o tratamento dos maranhenses ao Piauí e até o momento não cumpriu o acordo.
Uma Carta Compromisso envolvendo os governos do Piauí, Maranhão e Ministério da Saúde foi assinada e mesmo assim o acordo não está sendo cumprido, o que forçou a rede pública de saúde do Piauí a suspender o tratamento por falta de recursos.
São ao todo 39 municípios maranhenses que estão sendo prejudicados com a suspensão do tratamento em Teresina.
“Quantos maranhenses terão que morrer para que as autoridades públicas de saúde encontrem uma solução para esse sofrimento ?”, indagou o promotor.
“Vez por outra esse problema da suspensão do atendimento aos pacientes com câncer do Maranhão acontece. Ao longo de anos já bati em todas as portas com vistas a resolver o problema. Pensei que esse último acordo com o Ministério da Saúde fosse resolver a situação, mas infelizmente não. Agora estou atrás de primeiro salvar essas pessoas,depois vamos equacionar o problema”, revelou em tom de preocupação o promotor.
Antonio Borges já solicitou ao Ministério Público Federal no Piauí que busque na justiça a volta do tratamento dos pacientes oncológicos maranhenses na rede pública do Piauí. Ele também encaminhou ofício nesta semana ao ministro da saúde, Ademar Arthur Chioro, relatando o problema e cobrando uma solução.
Redefinição da rede pública de saúde de Timon
Mesmo em meio a esse problema com pacientes oncológicos, o promotor acredita que a situação já esteve pior na rede pública de saúde local. Ele entende que a redefinição da rede de saúde de Timon vai trazer melhoras para o setor.
Na opinião dele, o acordo feito entre a prefeitura de Timon e o governo do estado, onde o hospital Regional Alarico Pacheco será transformado em uma unidade de Pronto Socorro e Hospital Geral e o Hospital Municipal do bairro Parque Alvorada em um centro Materno Infantil, vai trazer muitos benefícios para os timonenses e região.
Antonio Borges disse que está sendo informado sobre o andamento das obras do hospital Alarico Pacheco e as mesmas tem andamento dentro do previsto.
Outro ponto positivo relatado pelo promotor é a perspectiva do governo do estado instalar um Centro de Tratamento Quimioterápico na cidade de Caxias. O membro do Ministério Público entende que a saída para socorrer os pacientes com câncer desta região do Maranhão é a descentralização do tratamento, como prever o governo estadual.
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