A família da adolescente Iasmin Lorena Sousa Azevedo, de 16 anos, denuncia o Hospital Regional Alarico Pacheco em Timon (MA) e a Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER) em Teresina por negligência. A menina morreu após dar a luz a um menino na última segunda-feira (8).
Família denuncia 2 hospitais por negligência |
A sogra da adolescente, Francisca Márcia, conta que antes do parto ela procurou o hospital e Timon várias vezes porque estaria sentindo muitas dores. “Lá no Alarico o pessoal chegou a dizer que ela estaria simulando a dor. Passavam apenas remédio e mandava voltar pra casa. Diziam que a gente queria que ela tivesse a filho a força”.
A mãe da adolescente, Laura Lopes, disse que ela queria ter um parto normal e que teria perguntado a médica sobre essa possibilidade. “Ela apenas respondeu que eu não achava nada, quem achava era ela”.
Após realizar uma cesariana e entrar em um quadro de anemia profunda, ela foi transferida, já em coma, para a Maternidade Dona Evangelina Rosa em Teresina, onde ficou internada por dois dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e veio a óbito após uma cirurgia para estancar uma hemorragia.
A direção do hospital Alarico Pacheco negou as denúncias da família e disse que vai abrir sindicância para apurar o caso. Iasmin teria sido transferida para Teresina porque o hospital não possui UTI.
O diretor Abreu Neto, disse que por conta do quadro clínico da adolescente, a equipe médica optou por fazer uma cesariana. “Ela apresentou um problema fisiológico. Estava com anemia e entrou em choque após o parto e foi encaminhada para Teresina porque não dispomos de UTI”.
O hospital informou ainda que só vai fornecer o prontuário via justiça aos interessados no caso. “Vamos abrir uma sindicância para apurar o caso”, disse Abreu Neto informando ainda que somente na manhã desta sexta-feira (12) foi informado da morte da adolescente.
No caso da Evangelina Rosa, a família acusa a maternidade de ter feito uma cirurgia em Iasmin sem autorização. Um irmão da vítima disse que ela foi submetida a transfusão de sangue, onde teria recebido quatro bolsas de sangue, por conta do caso de anemia profunda e que a maternidade teria feito uma cirurgia. “Não avisaram para a família, ela corria risco de vida e estava em coma induzido. Queremos fazer porque fizeram essa cirurgia?”.
O gerente de enfermagem da MDER, Thiago Macedo, disse que a paciente estava em estado grave e que foi confirmado um quadro de anemia forte. “Foi submetida a uma hemotransfusão, e mesmo depois disso, ela continuou com anêmica. Após a realização de uma ultrassom, tivemos a suspeita de sangue na cavidade abdominal, o que poderia indicar uma hemorragia grave, então optamos por fazer uma cirurgia”.
Ele explica que nesses casos, não é necessário a autorização da família por se tratar de um procedimento emergencial, portanto de intervenção imediata. “São procedimentos que se aguardar a chegada da família, esse tempo pode significar a vida do paciente. Como o seu estado era grave, ela estava sem pulso, em coma, não resistiu”.
Thiago Macedo afirma ainda que todos os casos de óbito materno seguem um protocolo rigoroso de investigação exigido pelo Ministério da Saúde e que o município de Timon deve ser notificado para fornecer todas as informações a cerca do caso. “Não podemos responder pelos procedimentos realizados no Alarico. Tudo que se passou com essa gestante, desde o momento que ela saiu de casa, será investigado e encaminhado a secretaria municipal de saúde de Teresina para que notifique o município de Timon”. (Sana Moraes/cidadeverde.com)
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