Em carta encaminhada à revista IstoÉ, o filho do ex-governador Jackson Lago, o médico Igor Lago, desmente uma das várias mentiras contadas pela publicação em matéria supostamente paga para divulgar o pré-candidato comunista Flávio Dino.
Igor lembra que, ao contrário, do que noticiou a revista, houve momentos em que o grupo Sarney foi sim ameaçado de perder o comando do Executivo Estadual. E, na verdade, já chegou a perder, tanto com o rompimento do único governador preso do país, o ex-governador, José Carneiro Tavares, patrono da inserção de Dino na política, como na eleição do próprio Jackson Lago.
Leia na integra a carta encaminhada por Igor Lago à revista:
À REVISTA ISTO É
(A/C do Editor Responsável),
Após leitura da matéria “O desespero do clã Sarney – Sob o risco de perder o poder no Maranhão pela primeira vez em quase meio século, a família do ex-presidente lança campanha predatória contra o principal candidato da oposição”, assinada pelo jornalista Claudio Dantas Sequeira, na edição 2293, 25/10/2013, a qual demonstra erros grosseiros a respeito da história maranhense, motivei-me a escrever o que se segue:
Com relação à recente história política-eleitoral maranhense, não é a primeira vez, como afirma a matéria, que o grupo Sarney corre risco de perder o poder no Maranhão.
A bem da verdade, isto já aconteceu no dia 29/10/2006 com a vitória de Jackson Lago, fato que completará 7 anos na próxima terça-feira, e que foi relatado, inclusive, pela própria revista Isto É na época.
Vale lembrar, também, que o grupo Sarney jamais aceitou a derrota eleitoral, pois entrou com processo jurídico de cassação de expedição do diploma de governador diretamente no TSE que, por sua vez, cassou o mandato legítimo do governador aos dois anos, três meses e dezessete dias, o que ficou conhecido como uma das páginas mais tristes da história deste tribunal.
Igualmente, é importante lembrar que o grupo Sarney já enfrentou dificuldades, riscos de perder eleições e, pasmem, até venceu com suspeitos resultados eleitorais e/ou manobras de tapetão no judiciário.
Em 1990, o candidato oposicionista João Castelo (PDS) venceu o primeiro turno com 595.392 votos (36,3%) contra Edson Lobão (PFL) – 459.542 votos (28,3%) e Conceição Andrade (PSB) – 246.468 votos (16,2%), mas perdeu no segundo turno para o então candidato do grupo Sarney, Edson Lobão (PFL) por 101.107 votos (diferença de 7%);
Em 1994, os candidatos oposicionistas Epitácio Cafeteira (PPR) – 353.002 votos (30,79%) e Jackson Lago (PDT) – 231. 528 votos (20,19%) levaram a eleição para o segundo turno disputado por Roseana Sarney (PFL) e Cafeteira (PPR) que, suspeitamente, perdeu por 18.060 votos (1,22%), após 6 horas de apagão das luzes no TRE maranhense.
Detalhe: antes da escuridão o candidato oposicionista estava na frente!
Em 1998, a candidata Roseana Sarney (PFL) deu um passeio na sua reeleição, ou seja, venceu com 66,01% dos votos derrotando Cafeteira (PPR) – 26,35% e Domingos Dutra (PT) – 6,40%;
Em 2002, o candidato do grupo Sarney, Zé Reinaldo Tavares (PFL) obteve 1.076.893 votos (48,4%). Os oposicionistas Jackson Lago (PDT) – 896.930 votos (40,3%) e Raimundo Monteiro (PT) – 127.082 votos (6,03%) no primeiro turno.
Detalhe: o candidato com discurso oposicionista (?) Ricardo Murad (PSB) obteve 114.640 (5,70%). Mas a sua candidatura foi anulada pelo TRE-MA, que antes a havia autorizado, configurando uma das manobras mais estranhas daquela eleição, impedindo a realização do segundo turno.
Ressalto que nas eleições citadas participaram as candidaturas do PSTU (1994, 1998, 2002, 2006) e PV (1998) que, apesar de não atingirem 1% dos votos, igualmente deram suas contribuições ao pleito eleitoral.
Portanto, muita coisa aconteceu na história política-eleitoral maranhense que não pode ser esquecida, apesar de que alguns dos velhos protagonistas não fazem questão de lembrar, bem como muitos dos novos protagonistas fazem questão de contar a (es)história a partir deles em grande desrespeito a todos.
Atenciosamente e à disposição,
Igor Lago, médico, filho do ex-governador Jackson Lago.
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