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terça-feira, 5 de março de 2013

Grandes partidos sofrem com crises internas no Maranhão


Grandes partidos políticos estão em um estado de guerra no Maranhão. Legendas tradicionais vivem crises internas e a saída de nomes de respeito. As disputas internas e intervenções dos diretórios nacionais têm feito com que as legendas passem por disputas ferrenhas internamente. Os perdedores destas disputas buscam novos caminhos partidários, enfraquecendo o partido dividido. No Maranhão, o PT sempre foi o mais conhecido por esta característica. Agora PPS, PDT e PSB também vivem crise semelhante.

No partido da presidente da República, o racha é histórico no Maranhão. Mas desta vez, os descontentes não devem mais permanecer. O deputado federal Domingos Dutra (PT) está com tudo encaminhado para deixar a legenda e se filiar à Rede de Sustentabilidade, partido idealizado pela ex-senadora e ex-misnitra Marina Silva. Dutra alega estar cansado das últimas batalhas, e que chegou a hora de sair. “Estou com 33 anos de PT. Cheguei ao limite de minha consciência. Não dá para continuar num partido que o Sarney domina. É oportunismo e covardia permanecer”, afirmou. Em 2010, Dutra fez até greve de fome no Congresso Nacional para que o PT não se aliasse ao PMDB, mas não adiantou.

O deputado estadual Bira do Pindaré, também da corrente contrária a aliança do PT-PMDB, já teve o convite de Marina para entrar na Rede. Ele disse que ainda tentará mais uma vez o PT em uma aliança diferente da que está hoje com o PMDB, mas pela dificuldade disto ocorrer, também deve ir para a “Rede”. 

O PPS deverá perder um deputado federal e um estadual. Simplíco Araújo e Othelino Neto já impetraram na Justiça Eleitoral um pedido de Justa Causa para deixarem o PPS mantendo seus mandatos. O racha no partido é entre os grupos da presidente estadual, deputada Eliziane Gama e os dois deputados. O comando do partido para decidir o destino de 2014 é o principal motivo da divergência. 

Othelino e Simplício querem o alinhamento Flávio Dino e Eliziane defende uma terceira via. “Existem pessoas usando o partido em prol delas. Houve uma intervenção nacional contra nós. Não foram respeitadas instâncias de partido e a deputada já começou a falar em 2014. Não dá para continuar em um partido onde nem eu nem Othelino somos respeitados”.

O ex-vereador Vieira Lima também anunciou saída do PPS. Eliziane já tem corrido atrás de novos nomes com gabarito para filiação à legenda, como o ex-pedetista Clodomir Paz. A parlamentar defende a permanência dos dois deputados e alega que não foi cerceado nenhum direito dos parlamentares. 

No PDT, o ex-governador Jackson Lago sempre foi o ponto de convergência. Após sua morte em abril de 2011, todas as feridas do partido se abriram. Várias tendências começaram a parecer. Após uma batalha pelo posicionamento do partido nas eleições de 2012, o grupo de Weverton Rocha e Julião Amim sagrou-se vencedor e indicou a aliança do partido com a candidatura de Edivaldo Holanda Júnior (PTC). Ainda magoada com Flávio Dino (PCdoB) por conta das declarações deste sobre Jackson na campanha de 2010, a família Lago foi contra a aliança. Clay e Igor Lago (mulher e filho de Jackson Lago) não se aliaram. 

Weverton e Julião, aliados de primeira hora do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, chegou à presidência dos diretórios municipal e estadual do PDT e hoje possuem o controle do partido. Na pré-campanha de 2008, o PDT ficou dividido em três frentes: aliados da oposição ligada a Flávio Dino, aliados de Castelo e a Resistência, que defendia candidatura própria. 

Os que eram mais ligados a João Castelo (PSDB) como Clodomir Paz (PDT), Graça Paz (PDT) e Júlio França (PDT) ainda não têm destino certo. Fiel escudeiro de Jackson, Cândido Lima tenta levar Clay Lago para a Rede de Sustentabilidade. Porém, a disputa interna que já começa a aparecer no partido de Marina pode afastar a ex-primeira-dama do estado. 

No PSB, a disputa pelo comando também é histórica, sendo travado nos últimos anos entre José Antonio Almeida e o hoje prefeito de Santa Inês, Ribamar Alves. Este segundo articulou a filiação no partido de Roberto Rocha, ex-presidente do PSDB-MA, e conseguiu via Executiva Nacional, que os socialistas se alinhassem à candidatura de Edivaldo Jr. em São Luís. O ex-deputado-federal é desafeto do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB). O clima ainda é tenso entre os dois grupos dentro da legenda.

(Clodoaldo Corrêa/O Imparcial) 

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