Posse da nova diretoria nacional vai ocorrer na manhã desta sexta (1º).
G1, em Brasília
Furtado Coêlho foi eleito para presidir a OAB no triênio 2013-2016 (Foto: Eugênio Novaes/OAB) |
Os conselheiros federais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) elegeram na noite desta quinta-feira (31) o maranhense Marcus Vinicius Furtado Coêlho para o comando nacional da entidade. Foram 64 votos a favor, 16 contra e um voto em branco.
Aos 41 anos, o advogado irá comandar uma associação que representa cerca de 700 mil profissionais e administra um orçamento anual de cerca de R$ 30 milhões.
Furtado Coêlho irá suceder o advogado Ophir Cavalcante, que estava à frente da entidade desde 2010. O mandato do novo presidente se estenderá até 2016.
Atual secretário-geral da OAB, Furtado Coêlho disputou a presidência da entidade com o advogado paranaense Alberto de Paula Machado. Ex-presidente da seccional da Ordem no Paraná, Paula Machado havia ocupado nos últimos três anos o cargo de vice-presidente da associação de classe.
O novo presidente da OAB nasceu no município de Paraibano, no Maranhão, mas, Furtado Coêlho viveu a maior parte da vida no Piauí, estado no qual fez sua carreira. Ele é doutor em Direito Processual pela Universidade de Salamanca, na Espanha.
A eleição dos integrantes da nova direção do Conselho Federal da Ordem foi indireta. Pelo regimento interno, somente os conselheiros federais têm direito a voto. As seccionais dos 26 estados e do Distrito Federal elegem, cada uma, três conselheiros. São eles os responsáveis pela escolha da cúpula nacional da associação.
A posse da nova diretoria da OAB está marcada para a manhã desta sexta (1º), às 9h, em sessão ordinária do conselho federal.
Histórico
Fundada em 1930, por decreto do então presidente Getúlio Vargas, a ordem ficou conhecida pela combatividade na luta pela redemocratização do país, durante o regime militar.
Liderada pelo advogado Raymundo Faoro, a OAB se tornou, nos anos de chumbo, uma das principais instituições de combate à repressão política, ao lado da Associação Brasileira de Imprensa.
Em 1980, visada pela insurgência contra o regime, a OAB se tornou alvo de setores contrários à abertura política. Um envelope-bomba enviado ao então presidente da entidade, Eduardo Seabra Fagundes, matou a secretária Lyda Monteiro da Silva. O enterro foi transformado em ato político.
Três anos mais tarde, alinhada a partidos e outras entidades, a OAB mobilizou a campanha das Diretas Já. O movimento reivindicava que as eleições presidenciais de 1984 fossem realizadas pelo voto popular.
Após intensa campanha da OAB pela convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, em 1988, foi promulgada a nova Constituição. A Carta Magna legitimou a entidade a questionar inconstitucionalidades no Supremo Tribunal Federal.
O último grande ato da Ordem no cenário político nacional ocorreu durante o escândalo que deflagrou a queda do governo Fernando Collor (1990-1992). Diante da série de denúncias de corrupção contra o governo federal, a entidade a protocolou no Congresso o pedido de impeachment contra Collor.
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