NATÁLIA CANCIAN
DE SÃO PAULO
Ronaldinho Gaúcho |
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou o pedido de abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar supostas irregularidades em convênios com o Instituto Ronaldinho Gaúcho, no valor de R$ 5,7 milhões.
O presidente da Casa, Mauro Zacher (PDT), diz que irá instalar a CPI assim que receber o relatório da votação.
Os convênios com a ONG, que é administrada pela família do jogador, ocorreram entre 2007 e 2010. Um deles, no valor de R$ 2,3 milhões, foi intermediado pela prefeitura com recursos liberados pelo Ministério da Justiça.
Segundo o vereador Mauro Pinheiro (PT), que colheu as assinaturas dos vereadores para que a investigação fosse aberta, há suspeita de desvios e superfaturamento em parte dos contratos, além de problemas na prestação de serviços.
Em um dos casos, o irmão do jogador e presidente do instituto, Roberto de Assis Moreira, assina documentos também como ocupante dos cargos de tesoureiro e chefe do conselho fiscal.
A secretária municipal de Educação, Cleci Jurach, diz a administração encontrou problemas na prestação de contas do convênio com recursos federais ainda durante a execução do contrato.
Ela diz que deixou de repassar uma parcela dos recursos.
Segundo Jurach, a prefeitura encontrou problemas na prestação de contas do instituto e pediu a devolução de R$ 354 mil. Cabe recurso.
Jurach também afirma que encerrou o convênio após o instituto pedir um aumento de 360% no valor de um convênio que oferecia atividades aos alunos municipais em turno inverso ao escolar.
A ONG --criada em 2006 e inativa desde março de 2011-- oferecia cursos de informática, esporte e até de reforço escolar a crianças e adolescentes.
O advogado do Instituto Ronaldinho Gaúcho, Sérgio Felício Queiroz, nega quaisquer irregularidades e diz que os problemas encontrados na prestação de contas serão esclarecidos para a prefeitura.
Ele diz que está à disposição para esclarecimentos na CPI, mas lamenta a decisão. "Temos certeza de que essa situação tem um caráter mais político por ser um ano eleitoral do que qualquer outra coisa", afirma.
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