Ontem à noite, 18, tivemos a triste oportunidade de vivenciar o drama da maioria dos codoenses que precisa utilizar o serviço público de saúde de emergência em Codó.
Upa de Codó |
Com minha filha, de 3 anos, apresentando tosse excessiva, a ponto de vomitar, levei-a ao Hospital Geral Municipal - HGM. Parecia, praticamente, deserto, bem diferente do que tínhamos antes da UPA. Tinha apenas um médico de plantão, e não era pediatra.
Logo fui aconselhado, na recepção, a procurar a UPA onde lá estariam dois pediatras. Segui o conselho que está sendo dado à maioria, horrível, por sinal, uma vez que a distância entre as duas unidades de emergência é enorme. Imagine alguém que chega de bicicleta, por exemplo, ou mesmo a pé em busca de socorro médico no HGM.
NA UPA
Ao chegar na UPA, tive uma ótima primeira impressão. Tudo limpo, duas recepções onde as atendentes sorriem e dão boa noite (uma diferença do HGM onde você só ouve – QUÊ QUE ELA TEM?, ressalte-se que esta pergunta vem sempre de alguém mal humorado).
Na primeira, a temperatura da criança é medida e o nome dela é solicitado. Na segunda recepção, o paciente, após dá a identidade e endereço completo, é orientado a aguardar outra chamada – a que vai analisar sua CLASSIFICAÇÃO DE RISCO.
Na classificação de risco, uma enfermeira pergunta o que a criança tem, educadamente, e manda você esperar o nome de quem vai ser consultado aparecer num computador de chamada instalado na frente dos bancos de espera.
Tudo muito lindo e organizado até aí, lembrei até do nível de humanidade das clínicas particulares de Teresina (devo admitir).
DECEPÇÃO
Mas logo percebi que o HGM está adoecendo a UPA. Chega gente demais, a todo hora, e perguntado descobri que a maioria dizia a mesma coisa “ESTOU VINDO DO HGM”, como eu. O inchaço trava o atendimento.
No meu caso, cheguei por volta das 8h50 da noite e só pude sair, atendido, depois das 22h15min. Mais de uma hora de espera.
DO HGM PARA UPA
O município abandonou, praticamente, o serviço de emergência. A reclamação é geral na cidade e eu presenciei isso. Um erro grosseiro da Secretaria Municipal de Saúde uma vez que a UPA chegou para auxiliar e não para absorver toda a carga, mas está absorvendo. Enquanto isso, o governo municipal ainda não apresentou justificativas plausíveis para a queda, brutal, do atendimento do Hospital Geral. Precisa responder – para onde está indo o dinheiro antes aplicado?
Tanto é verdade, a absolvição da demanda, que a UPA está fazendo coisas fora do normal para não mandar de volta casos que chegam enviados do HGM.
Atente bem. Como a UPA não pode atender casos de menor gravidade, como era o da minha filha, por exemplo, os médicos, com dó de quem já veio de longe e pegou um super chá de cadeira, fazem anotações que o programa de computador, criado pelo Governo Federal específico para as UPAs, aceita.
Exemplo, quem foi atendido por tosse seca, vai aparecer com uma dispneia, por exemplo, que é mais grave e o programa aceita.
Culpa de quem? Da falta de Atendimento de Emergência, adequado, no HGM que, repito, está adoecendo a Unidade de Pronto Atendimento.
FALTA PEDIATRA
A UPA também tem um problema que precisa ser corrigido pela Secretaria Estadual de Saúde. Existem apenas dois médicos pediatras que atendem de segunda a quarta, pela informação que obtive in loco, tem dia que só à noite.
No demais dias, encontraremos clínicos gerais fazendo atendimento como se pediatras fossem (literalmente nos consultórios de pediatria).
Isso pode ser constatado facilmente, infelizmente alguém na sua casa precisa adoecer.
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