O Fórum Internacional de
Resíduos Sólidos, que aconteceu no Rio Grande do Sul, destacou a necessidade de
municípios brasileiros se adequarem à Lei. Muitos ainda enfrentam dificuldades
para criação do plano e extinção dos lixões.
Sérgio Ribeiro Pessoa e Eliézio Alves |
O Piauí, assim como a maioria
dos estados brasileiros, não fez seu papel, não elaborou seus Planos de
Resíduos Sólidos segundo a Lei nº 12.305/10. Um número muito pequeno, menos de
10% dos municípios o fizeram ou estão em processo de elaboração. Este foi um
dos destaques do 5º Fórum Internacional de Resíduos Sólidos, realizado no
início deste mês em São Leopoldo - RS.
Eliézio Alves da Silva, pós-graduado
em Geografia pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) e consultor em
elaboração de planos de resíduos sólidos pelo Instituto Venturi(RS), esteve no
evento e destacou que as principais questões discutidas estão relacionadas à gestão
dos resíduos sólidos e suas implicações na vida da sociedade em geral, com foco
no mundo que temos e no mundo que queremos.
Para a Lei nº 12.305/10 foram
dados dois prazos: o primeiro era para que os municípios elaborassem seus
planos municipais de resíduos sólidos até 02 de agosto de 2012; o segundo prazo
e último é a erradicação de todos os lixões a céu aberto até 02 de agosto deste
ano.
De acordo com o consultor em
elaboração de planos de resíduos sólidos, em 4 anos da lei, grande parte dos
municípios não fizeram, sequer, o primeiro passo que era a elaboração do plano.
Um plano, dependendo do tamanho do município, pode ser feito de 4 a 10 meses.
“No caso dos planos de saneamento
básico, a Funasa chegou a financiar, mas poucos municípios apresentaram seus
projetos. Acredito que houve, em alguns casos, falta de informação, mas em
outros houve falta de prioridade na questão, não deram o devido valor e agora a
situação não é tão favorável aos gestores que não fizeram sua parte”, lamenta
Eliézio ao destacar que o Brasil tem aproximadamente 2.300 lixões a céu aberto,
portanto não será possível eliminá-los até agosto deste ano.
Os municípios que não estão
de acordo com a Lei já estão sendo punidos financeiramente desde agosto de
2012. Eliézio comenta que eles estão impedidos de receber recursos federais
para a gestão de resíduos sólidos, inclusive dinheiro para construir seus
aterros sanitários, pois estes recursos só são liberados com o plano feito e
aprovado.
Participantes do 5º Forum Internacional de Resíduos Sólidos |
“Quem perde com tudo isso é
a população, que continua com os problemas de sempre devido à inércia dos seus
gestores. Outra penalidade pode ocorrer na esfera criminal a partir de 2 de
agosto, prazo para extinção dos lixões”, acrescenta.
Caso os lixões não sejam
extintos até a data estabelecida, os gestores irão incidir na lei de crimes ambientais
por dar destinação incorreta aos resíduos sólidos. “Se condenados, poderão
ficar inelegíveis pela lei da ficha limpa, segundo Dr. Sérgio Ribeiro Pessoa,
um dos palestrantes do fórum. Pode incidir também em crime de responsabilidade,
descumprimento de lei federal, entre outros”, finaliza. (Jornal Meio Norte)
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